O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul apresentou variação de -0,1% no terceiro trimestre de 2023 na comparação com o trimestre anterior. Enquanto o Brasil registrou alta de 2% no mesmo período de 2022. A redução no terceiro trimestre do ano é o período tradicionalmente marcado pela menor influência das atividades agropecuárias no PIB. O segmento tem no primeiro semestre seu maior impacto. Desta vez, a queda foi expressiva, 15,5%, acentuando o resultado negativo da economia gaúcha. Principalmente pelos eventos climáticos de setembro e novembro.
Os resultados da economia gaúcha entre os meses de julho e setembro foram divulgados nesta quinta-feira (28) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE).
“Os dados divulgados mostram que, após um período de crescimento significativo nos primeiros seis meses do ano em função do impulso da agropecuária, a economia gaúcha manteve-se estável no terceiro trimestre. Essa estabilidade reflete um padrão semelhante ao observado na economia brasileira durante o mesmo período”, apontou o pesquisador em economia e chefe da Divisão de Análise Econômica do DEE, Martinho Lazzari.
No acumulado dos três primeiros trimestres do ano, o PIB do Rio Grande do Sul cresceu 2,5% em relação ao mesmo período de 2022, enquanto no Brasil a alta foi de 3,2%. Na taxa acumulada dos últimos quatro trimestres, a variação no Estado foi de 2,1%, enquanto a nacional chegou a 3,1%.
Apesar da queda no Estado, um setor que contribuiu positivamente foi o comércio, que não chegou a ter uma alta significativa, mas comparado com o Brasil, o resultado de quase 2% a mais. Por fim, em relação aos três primeiros trimestres do ano anterior, a variação positiva do PIB em 2,5% é sustentada pela agropecuária, que mesmo com os eventos climáticos se recuperou e também pela alta dos serviços de 2.9%.
Na agropecuária, o período foi marcado pelos crescimentos de 32% na produção de milho e de 35,4% na produção de soja, enquanto as culturas tradicionais de inverno apresentaram variações negativas na quantidade produzida, como o trigo (-29,8%) e a aveia (-16,9%).
No segmento industrial, os resultados da indústria de transformação (-3,8%) e da construção (-6,9%) tiveram maior impacto nos números do período. Na transformação, das 14 atividades do Estado, 12 apresentaram baixa nos números, entre elas a de máquinas e equipamentos (-10,8%), produtos de metal (-15,6%) e produtos de borracha e material plástico (-12,4%).
Nos serviços, as atividades de intermediação financeira e seguros (+8,4%) tiveram destaque, assim como as atividades imobiliárias (+2,4%) e outros serviços (+2,3%). O comércio também teve resultado positivo (+1,3%) e entre suas atividades registraram as altas de maior repercussão os hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (+7,0%), comércio de veículos (+7,4%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (+6,5%).
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul