SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um líder da máfia da Itália que havia escapado de uma prisão na Sardenha usando uma corda feita de lençóis no ano passado foi recapturado na França nesta sexta-feira (2).
Marco Raduano, listado pela Europol –agência de cooperação policial da União Europeia (UE)– como um dos criminosos mais procurados do continente, foi preso na ilha francesa da Córsega, segundo autoridades da França e da Itália. Ele havia sido sentenciado a 24 anos de cárcere por tráfico de drogas e outros crimes.
Raduano, 40, fugiu de uma prisão de segurança máxima na Sardenha em fevereiro do ano passado. Membro da máfia de Foggia, ele tinha conseguido uma chave para o pátio da prisão e desceu pela parede externa deslizando por uma corda feita de lençóis amarrados.
Levou duas horas até que os guardas da prisão acordassem e descobrissem que ele não estava mais ali.
Na época, Giovanni Conteddu, do sindicato dos funcionários da prisão, disse: "Isso aconteceria mais cedo ou mais tarde, a prisão está cheia de buracos".
Autoridades italianas anunciaram que o braço direito de Raduano, Gianluigi Troiano, também foi detido esta semana, perto de Granada, no sul da Espanha. "A captura, no exterior, de dois perigosos fugitivos, Marco Raduano e seu braço direito, Gianluigi Troiano, pelos carabinieri (polícia), representa mais um grande golpe contra o crime organizado", disse o ministro do Interior italiano, Matteo Piantedosi.
Raduano é considerado um dos chefes da organização criminosa de Foggia, às vezes descrita como a quinta maior máfia da Itália, depois de organizações mais famosas na Sicília (Cosa Nostra), Calábria (Ndrangheta), Nápoles (Camorra) e Puglia (Sacra Corona Unita). Ele foi preso em Aléria enquanto jantava em um restaurante com uma mulher jovem.
Sua fuga cinematográfica da prisão, no ano passado, foi captada pelas câmeras de vigilância. As imagens mostravam Raduano descendo pela corda, pendurado na parede externa da prisão de segurança máxima Badu' e Carros em Nuoro, na Sardenha.
Ele pulou de uma altura de vários metros, caiu na grama e rapidamente correu para longe. Sua ausência foi descoberta apenas quando Raduano não retornou à cela após o período de lazer, que ele regularmente passava na biblioteca da prisão, segundo a agência Ansa.
De acordo com o jornal britânico The Telegraph, a prisão abriga cerca de 30 dos mafiosos mais perigosos da Itália. Devido à carência de funcionários, apenas um guarda vigiava a sala onde as chaves são guardadas, e ninguém supervisionava as imagens das câmeras de vigilância da prisão.
Giovanni Villa, representante do sindicato de segurança nacional da Sardenha, disse que vinha denunciando a falta de pessoal havia meses e que esse foi o principal fator a comprometer a segurança do presídio.
Créditos: Portal R7.