O Governo colombiano expressou sua preocupação em relação à "greve armada" anunciada pela guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN) no departamento de Chocó na última sexta-feira, considerando-a uma violação da lealdade aos acordos estabelecidos nas conversações de paz em andamento.
O alto comissário para a paz, Otty Patiño, afirmou que a declaração de "greve armada" pelo ELN representa uma quebra dos compromissos acordados na sexta rodada de negociações em Havana. Essa medida ameaça a vida, os direitos e as liberdades dos habitantes do departamento, bem como o funcionamento dos governos democraticamente eleitos e as responsabilidades das autoridades comunitárias.
Como resultado dessa "greve armada indefinida", aproximadamente 27 mil pessoas na região, especialmente nas comunidades ao longo do rio San Juan, estão agora confinadas e incapazes de realizar atividades diárias, como deslocar-se para cuidados médicos, ir à escola ou cultivar terras.
A decisão do ELN ocorreu na mesma semana em que a guerrilha concordou com uma prorrogação do cessar-fogo bilateral até 3 de agosto com o governo do presidente colombiano, Gustavo Petro.
A Frente de Guerra Ocidental Omar Gómez do ELN divulgou um comunicado alegando que a situação humanitária em Chocó é precária, com o aumento da presença paramilitar que, em conluio com as forças públicas na região, afeta a população local.
A governadora de Chocó alertou para o impacto significativo do confinamento, afetando a busca por assistência médica, a frequência escolar das crianças e a capacidade de manter uma vida normal.
"Nós apoiamos o acordo de paz (...) mas esta é a sétima greve armada declarada pela guerrilha e a quarta nesta mesma zona", destacou Nubia Carolina Córdoba, que assumiu o cargo em 1º de janeiro. O ELN já impôs medidas semelhantes em Medio San Juan em quatro ocasiões nos últimos 12 meses, expondo a população a uma situação contínua de violência, medo e ameaças.
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Créditos: Portal R7.