SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O julgamento do suspeito no desaparecimento da criança britânica Madeleine McCann –que está sendo processado por estupro e abuso sexual, em casos criminais não relacionados com Madeleine– foi adiado logo após o início nesta sexta-feira (16), depois que sua defesa levantou dúvidas sobre a imparcialidade de um dos juízes.
Os advogados do suspeito, Christian Brueckner, citaram postagens que uma juíza fez nas redes sociais pedindo a morte do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro e de um torturador de animais.
"Uma juíza desse tipo não tem lugar em um julgamento criminal justo", disse o advogado de defesa, Friedrich Fuelscher, a repórteres do lado de fora do tribunal em Brunswick, no norte da Alemanha.
Agora, haverá a deliberação se a juíza, que não teve seu nome divulgado, será retirada do caso. A nova data do julgamento está marcada para daqui uma semana.
A defesa também citou o trabalho da juíza como psicóloga infantil como um possível conflito em um caso envolvendo abuso sexual de crianças. Christian Brueckner, que já cumpre pena de prisão na Alemanha por estuprar uma mulher na região do Algarve, em Portugal, onde Madeleine desapareceu, enfrenta três acusações de estupro e duas de abuso sexual de crianças cometidos entre 2000 e 2017.
Brueckner negou envolvimento no desaparecimento de Madeleine em 2007 e não foi acusado de nenhum crime relacionado a isso. Contudo, foi a investigação do caso que o levou ao julgamento por crimes sexuais, disse Christian Wolters, porta-voz da promotoria de Brunswick. "Sem a investigação do caso Maddie, estes supostos crimes não viriam à tona", afirmou à agência de notícias AFP.
Entre as acusações que ele deveria responder nesta sexta estavam o estupro de uma mulher de 70 anos em sua casa no Algarve, o abuso sexual de uma menina com pelo menos 14 anos e o estupro em 2004, à faca, de uma jovem em sua casa –um ato que ele é acusado de ter gravado em vídeo. "As acusações não foram lidas", disse a porta-voz do tribunal, Lisa Rust. "A câmara suspendeu a audiência."
Brueckner, apareceu no tribunal nesta sexta vestindo camisa roxa e paletó cinza, com uma expressão tranquila. O processo, julgado na corte de Brunswick, suscita expectativas, já que o acusado não comparece a uma audiência pública desde que foi indiciado, em junho de 2020, como principal suspeito pelo caso Madeleine.
Naquele mês, a polícia alemã afirmou que a garota provavelmente estava morta e que Brueckner, era o principal suspeito. Madeleine desapareceu em 2007, pouco antes de completar quatro anos, na Praia da Luz, localidade turística do Algarve, no sul de Portugal.
Créditos: Portal R7.