A Suécia seguiu os passos da Finlândia, que anunciou formalmente sua candidatura à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e informou que também vai solicitar sua adesão a aliança. A primeira-ministra, Magdalena Andersson, destacou que isto significa uma nova “era” para o país escandinavo. “Deixamos uma era para entrar em uma nova”, declarou. “O embaixador sueco na Otan apresentará em pouco tempo a candidatura de Estocolmo”, acrescentou. Os dois países, que sempre foram neutros e não se juntaram a nenhuma aliança, em uma decisão histórica, resolveram acabar com esse posicionamento em decorrência da guerra da Rússia com a Ucrânia que já beira os três meses. “Esperamos que a adesão não demore mais de um ano”, declarou a chefe de Governo sueca.
Para que os países nórdicos sejam aceitos, é necessária ratificação dos membros da Aliança. Até o momento, só a Turquia se mostrou contra. Entretanto, no domingo, 15, ela disse estar disposta a conversar sobre a adesão. Como já era de se esperar, essa decisão repercutiu em uma resposta imediata da Rússia, que declarou ser uma “grave erro” as candidaturas de Suécia e Finlândia à Otan. “É um grave erro adicional, cujas consequências terão um longo alcance”, declarou o vice-ministro, Serguei Riabkov, segundo a agência de notícias Interfax. “Para nós, está claro que a segurança da Suécia e da Finlândia não será reforçada por esta decisão”, afirmou antes de destacar que “o nível de tensão aumentará”. Riabkov explicou que a resposta da Rússia “dependerá das consequências práticas da adesão” dos dois países nórdicos à Otan. A Finlândia, em particular, compartilha 1.300 quilômetros de fronteira com a Rússia.
Vladimir Putin, presidente russo, também se manifestou sobre o assunto e disse que não considera a decisão dos nórdicos de aderir à Otan como uma ameaça, mas que a presença de infraestrutura militar pode provocar uma resposta de Moscou. “Não representa uma ameaça direta para nós, mas a expansão de infraestrutura militar a estes territórios vai gerar certamente uma resposta nossa”, afirmou Putin em uma reunião de uma aliança militar liderada por Moscou. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, declarou em entrevista coletiva que não está convencido de que a adesão de Finlândia e Suécia à Otan vai melhorar a segurança da Europa e que, diferente do interesse da Ucrânia em fazer parte da Aliança – Rússia alegou que um dos motivos para invadir o país foi pelo interesse do Leste Europeu em querer ingressar na Otan – eles não têm disputas territoriais com os dois países. “Vamos observar com muito cuidado quais serão as consequências de uma adesão de Finlândia e Suécia à Otan, no que diz respeito à nossa segurança, que deve ser garantida de forma absolutamente incondicional”, frisou.