Os Estados Unidos vão reforçar a presença militar em seis países da Europa – Polônia, Romênia, Espanha, Itália, Reino Unido e Alemanha -, além da região báltica. A informação foi divulgada nesta quarta-feira, 29, no início da cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que está sendo realizada em Madri, na Espanha. “No momento em que Putin quebrou a paz na Europa e atacou os princípios da ordem baseada em regras, os EUA e os aliados pretendem fortalecer sua posição”, declarou o presidente americano, Joe Biden. O líder norte-americano também adiantou que vai instalar uma base permanente na Polônia, o Quinto Corpo do Exército, e que irá manter rotações adicionais de brigadas no território europeu, que representam 5 mil militares americanos na Romênia.
De acordo com informações da Casa Branca, os EUA vão aumentar os envios rotatórios de tropas, com blindados, aviação, defesa aérea e forças de operações especiais, “para reforçar a segurança no Báltico”. Essas medidas são uma resposta aos ataques russos a Ucrânia que acontece desde o dia 24 de fevereiro, quando Vladimir Putin autorizou uma ‘operação militar’ na região. À Espanha, vão ser destinados destroyers adicionais para a base naval de Rota, o que aumentará para seis, o número de embarcações deste tipo na instalação.
Os EUA vão ampliar a presença de caças-bombardeiros de quinta geração, os mais sofisticados que existem na atualidade, com a localização de dois esquadrões de F-35 em Lakenheath, no Reino Unido, a qual o primeiro-ministro Boris Johnson declarou: “Se Putin esperava ter menos Otan no flanco leste como resultado de sua invasão ilegal e injustificável da Ucrânia, estava totalmente equivocado: terá mais Otan”. Na Alemanha, estará uma brigada de artilharia de defesa aérea, um batalhão de defesa aérea de curto alcance e uma brigada de engenharia com cerca de 625 militares. Já na Itália, os EUA posicionarão uma bateria de defesa antiaérea com 65 militares.
A Rússia respondeu aos anúncios com críticas ao que chamou de “agressividade” da Otan. O vice-ministro das Relações Exteriores, Serguei Ryabkov, chamou a ampliação da Aliança Atlântica para a Finlândia e Suécia de “profundamente desestabilizadora”. Já o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que discursou por videoconferência na reunião de cúpula de chefes de Estado e de Governo da Aliança, pediu “sistemas muito mais modernos, artilharia moderna”, acrescentando que o apoio econômico “não é menos importante que a ajuda em armas”. Segundo ele, a “Rússia continua recebendo bilhões a cada dia e os gasta na guerra. Nós temos um déficit bilionário. Não temos petróleo nem gasolina para cobrir”, afirmou Zelensky. Ele disse que a Ucrânia precisa de 5 bilhões de dólares por mês para sua defesa.
*Com informações da AFP e EFE