Cerca de 100 organizações de direitos humanos pediram nesta quinta-feira, 30, ao governo dos Estados Unidos que não deporte os sobreviventes do caminhão encontrado em San Antonio, no Texas, quando saírem do hospital. No caminhão, 53 migrantes morreram por asfixia e desidratação. O Conselho Americano de Imigração enviou ao secretário de Segurança Nacional dos EUA, Alejandro Mayorkas, uma carta na qual as 100 organizações deixaram suas assinaturas com o pedido. “Remover ou deportar qualquer sobrevivente nessas circunstâncias aumenta os horrores que eles experimentaram”, ressaltaram as ONGs na carta. Por esta razão, pediram ao Departamento de Segurança Nacional “que garanta que eles tenham liberdade condicional para entrar nos Estados Unidos” e lhes ofereça assistência na solicitação de vistos ou asilo. Os signatários acreditam que os sobreviventes “estão em risco iminente de deportação” sob o Título 42, uma política sanitária implementada pelo ex-presidente Donald Trump por meio da qual os imigrantes indocumentados que cruzam a fronteira irregularmente são expulsos sem poder solicitar asilo. “Em acidentes anteriores, outras vítimas acabaram sendo detidas e deportadas poucas horas depois de serem liberadas do hospital”, observaram.
Na segunda-feira, um caminhão abandonado de traficantes de pessoas foi encontrado em San Antonio com 46 imigrantes mortos, enquanto outros 16 foram levados para hospitais próximos. Mais tarde, o número de mortos subiu para 53 pessoas, originárias de México, Guatemala e Honduras. A Suprema Corte dos EUA autorizou o presidente Joe Biden nesta quinta-feira a suspender o programa “Fique no México”, uma política estabelecida por Trump que obriga os requerentes de asilo a esperar em território mexicano para que seu caso seja resolvido. No entanto, ainda está em vigor o Título 42, outra política estabelecida por Trump, que Biden tentou suspender, mas a Justiça o impediu de fazê-lo.
*Com informações da EFE