A Rússia está a uma região de conquistar a região de Donbass. O exercito de Vladimir Putin passou a controlar no final de semana a região de Luhansk e agora avança para as cidades de Sloviansk e Bakhmut, na província de Donetsk, último redutlto ucraniano no Donbass. Fortes bombardeios foram registrados por lá nesta segunda-feira, 4, informou o governador Serhii Haidai. “O objetivo número um russo é a região de Donetsk”, afirmou. O Ministério da Defesa do Reino Unido, que monitora o conflito, também disse em seu relatório diário que o foco russo agora é a captura de Donetsk. O cenário já era esperado pela Ucrânia após Moscou obter o controle da província vizinha.
Em um discurso no domingo à noite, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tentou manter as aparências e citou outras frentes de batalha na região de Kharkiv (nordeste) ou Kherson (sul), onde afirmou que o país conseguiu progressos. “Chegará o dia em que falaremos o mesmo sobre o Donbass“, declarou Zelenski. As autoridades ucranianas pediram à população que abandone esta região. A linha de frente fica a poucos quilômetros de Sloviansk.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou que à sua tropa que prossigam com a ofensiva no leste da Ucrânia, após a conquista de toda a região de Lugansk. As forças russas “devem executar suas missões de acordo com os planos previamente aprovados”, declarou Putin, durante uma reunião com o ministro da Defesa, Serguei Shoigu. “Espero que tudo corra bem como aconteceu em Lugansk até agora”, acrescentou. O chefe de Estado da Rússia disse que as tropas que integraram a campanha em Lugansk devem “descansar e recuperar suas capacidades de combate”.
Depois de desistir, em março, do objetivo inicial de capturar a capital Kiev após a grande resistência ucraniana, a Rússia concentrou seus esforços em conquistar o controle total de Donetsk e Lugansk, regiões que foram o Donbass e que foram a porta de entrada para a guerra que já chega ao seu quinto mês. Dias antes de invadir a Ucrânia, Putin concedeu independência as duas regiões e notificou que ambas não pertenciam mais a Ucrânia, além de dizer que o objetivo da ‘operação militar’ – forma como os russos chamam a guerra – era libertar Donbass das mãos de nazistas.
A intensificação dos ataques vem ao mesmo tempo em que está sendo realizado na Suíça uma conferência internacional para traçar um roteiro para a reconstrução da Ucrânia – o evento estava marcado desde antes ds Rússia invadir a Ucrânia em 24 de fevereiro. Os participantes vão falar sobre as bases do “Plano Marshall”, apesar da impossibilidade de vislumbrar o fim da guerra e dos cálculos para a reconstrução do país que oscilam de dezenas e centenas de bilhões de dólares.
Robert Mardini, diretor geral do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, disse que embora a verdadeira reconstrução tenha que esperar até o fim dos combates, é vital dar “uma perspectiva positiva aos civis”. A ministra das Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, apresentará um grande plano para ajudar a Ucrânia a longo prazo, com a participação na reconstrução do país assim que a guerra com a Rússia terminar. Por sua vez, o Comitê Olímpico Internacional triplicará sua ajuda financeira direta aos atletas ucranianos visando os Jogos de Paris de 2024 e depois os Jogos de Inverno de 2026, anunciou o presidente do COI, Thomas Bach.
*Com informações da APF