A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) iniciou nesta terça-feira, 5, em cerimônia privada, o processo de adesão da Suécia e Finlândia ao bloco. “É um bom dia para Suécia e Finlândia. E um bom dia para a Otan”, disse o secretário-geral da poderosa aliança militar, Jens Stoltenberg. O norueguês declarou ainda que a assinatura dos protocolos “marca o início do processo de ratificação” dos pedidos de adesão. O chanceler da Finlândia, Pekka Haavisto, agradeceu o “apoio da aliança à adesão” e disse que espera um “rápido processo de ratificação”. A ministra das Relações Exteriores da Suécia, Ann Linde, declarou que a “assinatura dos protocolos de adesão é um passo importante para nossa integração plena. A próxima fase será o processo de ratificação em cada um dos países aliados”.
Depois da assinatura dos protocolos nesta terça, a adesão deve ser ratificada nos Parlamentos de cada um dos 30 países da aliança, de forma unânime. A entrada da Suécia e da Finlândia representa um evidente fortalecimento estratégico da Otan na região do Ártico, em um cenário de agravamento das tensões com a Rússia. Os dois países nórdicos resolveram dar fim a décadas de neutralidade por causa do conflito entre Rússia e Ucrânia que já chega em seu quinto mês. Contudo, apesar de terem tido o aval da Turquia na reunião da Cúpula de Madri, a decisão dos turcos ainda é incerta, já que Recep Tayyip Erdogan ameaça exercer seu direito de veto. Para que ambos os países consigam fazer pate da Aliança, é preciso que todos os países membros aprovem.
Erdogan anunciou que caso Finlândia e Suécia não cumpram o que foi acordado em Madri, seu governo efetivará o veto, o que inviabilizaria todo o processo. Para receber a aprovação da Turquia, os finlandeses e os suecos se comprometeram a extraditar cidadãos turcos apontados como “terroristas” pelo governo de Ancara. O número de pessoas solicitadas pode chegar a 73. “Um memorando de entendimento entre Suécia, Finlândia e Turquia foi assinado. E vamos honrar o entendimento”, disse a chanceler Linde, antes de acrescentar que eventuais extradições devem seguir o caminho legal de seu país.