O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, é pressionado a renunciar a sua posição de líder do Partido Conservador do Reino Unido, o que representaria também a renúncia ao posto de chefe do governo. Na manhã desta quinta-feira, 7, as manchetes dos jornais britânicos destacam a situação insustentável do chefe de Governo. O Daily Express, jornal favorável aos conservadores, cita a “última batalha” de Johnson, o Daily Telegraph afirmou que o primeiro-ministro estava “mortalmente ferido”, a BBC informou que Johnson deve renunciar nesta quinta-feira, 7, e o Downing Street anunciou que ele fará um discurso aos britânicos durante o dia. Recentemente, Johnson afirma que não irá renunciar o cargo de primeiro ministro do país.
Na pior crise do seu governo, após diversas denúncias contra ele, Johnson já não tem mais apoio do partido para permanecer no posto. O novo ministro das Finanças, Nadhim Zahawi, nomeado na última terça-feira, 5, depois que Rishi Sunak anunciou sua demissão, provocando o início da crise política, se uniu nesta quinta aos pedidos de renúncia. “Sabe em seu coração o que é o correto, saia agora”, escreveu em uma carta publicada no Twitter. Já Michelle Donelan, nomeada na terça-feira para o ministério da Educação para substituir Zahawi, apresentou o pedido de demissão apenas 48 horas depois de assumir a pasta.
Outro pedido de demissão veio do ministro para a Irlanda do Norte, o até agora leal Brandon Lewis, o que eleva a mais de 50 o número de renúncias no Executivo desde as saídas de Sunak e do ministro de Saúde, Sajid Javid, na tarde de terça-feira. “Um governo decente e responsável se baseia na honestidade, integridade respeito mútuo”, afirmou Lewis. “Lamento profundamente ter que deixar o governo porque acredito que estes valores não são mais respeitados”, acrescentou. Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista, principal força da oposição britânica, afirmou que a perspectiva de renúncia do primeiro-ministro é uma “boa notícia”. Ele considerou, no entanto, que não basta mudar o líder do Partido Conservador. “Precisamos de uma verdadeira mudança de governo”, disse Starmer.
*Com informações da AFP