O ex-primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, o líder mais antigo do país, morreu nesta sexta-feira, 8, horas depois de ser baleado durante um evento de campanha, no qual fazia um discurso para uma eleição parlamentar. A informação foi confirmada pelo hospital em que o político recebia atendimento na cidade de Kashihara, na região de Nara. Ele teria chegado ao hospital sem sinais vitais. “Shinzo Abe foi transportado [para o hospital] às 12h20. Ele estava em estado de parada cardíaca na chegada. A reanimação foi administrada. No entanto, infelizmente, ele morreu às 17h03 [5h03 de Brasília]”, afirmou Hidetada Fukushima, professor de Medicina de Emergência no hospital da Universidade de Medicina de Nara. Um médico disse que Abe sangrou até a morte por duas feridas profundas, uma delas no lado direito do pescoço. O ex-primeiro-ministro tinha 67 anos de idade.
Um homem abriu fogo contra Abe por trás, com uma arma aparentemente caseira, enquanto o líder político discursava. O crime é o primeiro assassinato de um ex-primeiro-ministro japonês desde os dias do militarismo pré-guerra da década de 1930. O crime choca o país onde a violência política é rara e as armas são rigidamente controladas. O atual primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, condenou o tiroteio nos “termos mais fortes” e chamou de “absolutamente imperdoável”.
Enquanto primeiro-ministro, Abe tentou tirar a economia janopesa da deflação crônica com ousadas políticas de “Abenomics”, fortalecer as forças armadas e combater o crescente peso da China. Ele se tornou primeiro-ministro em 2006, durando apenas um ano antes de retornar para um raro segundo mandato em 2012, prometendo reviver uma economia estagnada, afrouxar os limites de uma constituição pacifista pós-Segunda Guerra Mundial e restaurar os valores tradicionais. Ele deixou o cargo em 2020. Abe foi decisivo para a realização dos Jogos Olímpicos de 2020 para Tóquio, acariciando o desejo de presidi-los e até aparecendo como Mario Bros, personagem de videogame da Nintendo, durante a entrega dos Jogos no Rio de Janeiro, sede de 2016.
*Texto em atualização