O ex-presidente da Angola, José Eduardo dos Santos, morreu nesta sexta-feira, 8. “O governo angolano informa com grande pesar e consternação o falecimento de Santos”, afirma um comunicado divulgado no Facebook. O Executivo angolano “curva-se, com o maior respeito e consideração”, diante desta figura “histórica” que “presidiu com clareza e humanismo o destino da nação angolana durante anos muito difíceis”, acrescenta o comunicado. José Eduardo faleceu em um hospital de Barcelona, na Espanha, onde estava internado desde o dia 23 de junho quando sofreu uma parada cardíaca. O governo decretou cinco dias de luto nacional a partir de sábado para honrar a memória de Santos.
No início da semana, uma das filhas do angolano, Tchizé dos Santos, apresentou uma denúncia à polícia por uma suposta tentativa de assassinato do pai. Segundo os escritórios de advocacia de Barcelona que assessoram a filha do ex-presidente, foi prestada uma queixa para investigar “a suposta prática do crime de tentativa de homicídio”. Tchizé dos Santos apontou como responsáveis pelo agravamento do estado de saúde do pai a mulher do ex-presidente, Ana Paula, e seu médico particular, segundo fontes próximas. Em um comunicado, ela afirmou que solicitou que o corpo de seu pai seja submetido a uma autópsia e que ele não deve ser entregue antes de “passar por uma autópsia, por medo de que seja transferido para Angola”.
José Eduardo dos Santos governou por 38 anos e deixou o cargo em 2017 quando designou como sucessor em 2017 o ex-ministro da Defensa João Manuel Gonçalves Lourenço, que foi seu fiel aliado, mas após chegar ao poder iniciou uma campanha para recuperar os milhões de dólares que Santos supostamente teria desviado para enriquecer sua família. Uma das filhas de Santos, Isabel, é considerada a mulher mais rica da África e alguns de seus filhos também participaram em negócios lucrativos neste país de 33 milhões de habitantes que, apesar das grandes reservas de petróleo, é um dos mais pobres do continente.