O presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, cumpriu nesta quinta-feira, 14, uma promessa que tinha feito para a população e renunciou ao cargo. Desde o final de semana, manifestantes tomam conta do palácio presidencial. Eles exigiram que o líder deixasse o poder por causa de uma crise sem precedentes que provocou uma inflação galopante, com uma grave escassez de combustíveis, energia elétrica, alimentos e medicamentos. Na quarta-feira, após Rajapaksa fugir do presidente e o gabinete do primeiro-ministro do Sri Lanka declarou estado de emergência e instaurou um toque de recolher na capital Colombo, o primeiro-ministro, Ranil Wickremesinghe, foi designado como presidente interino até as eleições de outro chefe de Estado. Entretanto, no final de semana o premiê do Sri Lanka já tinha informado que também está disposto a renunciar visando que o país tenha um governo de unidade nacional.
Crise sem precedentes
A crise, com uma dimensão sem precedentes desde a independência do país em 1948, é atribuída à pandemia de Covid-19, que privou a ilha da Ásia meridional das divisas do setor turístico, e foi agravada por uma série de péssimas decisões políticas, segundo os economistas. A ONU pediu calma às autoridades e ao governo do Sri Lanka. Em maio, nove pessoas morreram e centenas ficaram feridas durante os distúrbios no país. Em abril, o Sri Lanka declarou a moratória da dívida externa de 51 bilhões de dólares e iniciou negociações para um plano de ajuda do Fundo Monetário Internacional.