Após aumento das tensões políticas e da perda de apoio do Parlamento, o primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, anunciou perante o Conselho de Ministros que renunciará nesta quinta-feira, 14, à noite, informou a assessoria de imprensa do chefe de Governo em comunicado. “Quero anunciar que esta noite apresentarei minha renúncia ao presidente da República” Sergio Mattarella, garantiu Draghi, segundo as declarações contidas no comunicado de imprensa. Entretanto, minutos depois do anúncio, o presidente da República italiana, Sergio Mattarella, negou-se, a aceitar a renúncia em meio a uma crise política que poderia levar a terceira economia da zona do euro a realizar eleições antecipadas. Mattarella “não aceitou a renúncia e convidou o primeiro-ministro a se apresentar novamente perante o Parlamento”, destacou, em um comunicado, o gabinete do palácio presidencial, razão pela qual não se descarta que, na próxima semana, Draghi obtenha o apoio de uma nova maioria para continuar governando. Desde de manhã, quando o premiê perdeu o apoio do Movimento 5 Estrelas (M5E, antissistema), membro da coalizão, que informou que não vai votar no Senado a confiança em um decreto-chave, o governo italiano se vê diante de uma possível crise por causa das tensões políticas.
Uma queda do governo provocaria eleições antecipadas e os próximos meses vão ser complicados devido ao aumento da inflação e às reformas pendentes exigidas para o plano de recuperação financiado pela União Europeia, que concedeu cerca de 200 bilhões de euros (quase o mesmo valor em dólar). É provável que Draghi, que teve que enfrentar a campanha de vacinação contra a Covid-19 e a crise gerada pela guerra russa contra a Ucrânia com todas as suas consequências políticas e econômicas, tenha que entregar a grave situação ao presidente Sergio Mattarella e acabar renunciando. Como o sistema parlamentar que governa a Itália é complexo, não se exclui a possibilidade de que ele obtenha um novo mandato e possa governar com outra maioria.
*Com informações da AFP