O ex-ministro das Finanças Rishi Sunak e a ministra das Relações Exteriores Liz Truss estão na fase final da corrida para suceder o primeiro-ministro Boris Johnson no Reino Unido. Os finalistas disputarão os votos por correspondência dos 200 mil membros do Partido Conservador. O nome do novo líder do partido, que se tornará premiê britânico, é esperado em 5 de setembro. Apesar de não ter largado como favorito, Sunak, um britânico com avós indianos, consolidou rapidamente seu apoio, e pode se tornar o primeiro premiê de origem asiática. Ele obteve 137 votos dos parlamentares conservadores, à frente de Truss, que recebeu 113 votos, e pode se tornar a terceira primeira-ministra do país. Os dois entraram na disputa depois de Johnson renunciou, no dia 7 de julho, devido a uma série de escândalos que abaram seu governo e fizeram com que ele fosse de herói a desacreditado.
O ex-ministro das Finanças, Rishi Sunak, 42 anos, o primeiro hindu a ocupar o cargo, foi um dos dois ministros de grande destaque que pediu demissão na terça-feira e iniciou a crise política. Ele já chegou a ser considerado o grande favorito para suceder Johnson, mas perdeu a legitimidade após uma série de escândalos. Os casos giravam em torno do status fiscal vantajoso de sua esposa bilionária indiana, que lhe permitia evitar o pagamento de milhões em impostos no Reino Unido, e a autorização de residência nos EUA que Sunak tinha até o ano passado.
Ex-analista do banco Goldman Sachs e funcionário de um fundo especulativo, casado com a filha de um magnata indiano, Sunak, cujos avós emigraram do norte da Índia para o Reino Unido na década de 1960, acumulou uma fortuna pessoal substancial antes de se tornar um deputado em 2015. Defensor do Brexit, de 42 anos, foi nomeado ministro das Finanças em 2020, um cargo importante em meio à pandemia, mas foi criticado por fazer muito pouco para combater a sufocante crise do custo de vida.
Sem meias-palavras e muito crítica aos movimentos de protesto “woke”, a ministra das Relações Exteriores, Liz Truss, tornou-se muito popular nas bases do Partido Conservador. Esta mulher de 46 anos, que por uma década trabalhou nos setores de energia e telecomunicações, foi nomeada chefe da diplomacia como recompensa por seu trabalho como ministra do Comércio Internacional durante a saída britânica da União Europeia. Nessa posição, a grande defensora do livre comércio que votou pela permanência na UE antes de mudar de lado conseguiu fechar uma série de importantes acordos comerciais pós-Brexit.