O novo ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, anunciou nesta quarta-feira, 3, uma série de medidas destinadas a reduzir o déficit fiscal, captar divisas por meio de incentivos à exportação e empréstimos internacionais com o objetivo de tentar estabilizar uma macroeconomia abalada por graves desequilíbrios no país. “Não sou ‘super nada’, nem mágico, nem salvador. Venho trabalhar de forma muito comprometida para tentar ajudar a Argentina a se sair bem”, disse Massa em entrevista coletiva, após tomar posse nesta quarta como novo membro do gabinete do presidente Alberto Fernández. Massa vem sendo chamado de “superministro” por acumular as pastas da Economia, da Agricultura e da Pecuária, além do Desenvolvimento Produtivo. Ele questiona o termo, indicando que não poderá fazer um trabalho de herói no cargo, mas que precisará de muito trabalho e esforço, além da dedicação e empenho do governo para reverter o quadro econômico do país. Além das medidas econômicas anunciadas, Massa também afirmou que haverá uma auditoria no país sobre os planos sociais pagos pelo governo às pessoas mais pobres, em situação de vulnerabilidades, e antecipou que haverá um bônus financeiro para aposentados com rendimentos reduzidos devido à alta inflação – que chegou a 62% em junho.
Na coletiva, Massa pediu que todos os setores se unam e trabalhem para resolver “a dupla face da Argentina, que cresce 6% ao ano e gera emprego, mas que tem uma enorme falta de confiança em sua moeda, desordem nos gastos, lacunas no investimento público e uma enorme injustiça na distribuição de renda”. “Temos que enfrentar a inflação com determinação porque é a maior fábrica de pobreza”, destacou. Massa disse que as medidas anunciadas nesta quarta não são as únicas, pois adotará mais resoluções nos próximos dias, todas voltadas a conseguir ordem fiscal, superávit comercial, fortalecimento das reservas monetárias e desenvolvimento com inclusão social, apoiadas no investimento, na produção, nas exportações e na defesa do mercado interno. Este “roteiro”, segundo assegurou, busca “iniciar um caminho para uma solução que não é mágica, mas que visa atacar a inflação, a perda de renda e a falta de estabilidade macroeconômica e fiscal”.
*Com informações da EFE