Após a polêmica viagem a Taiwan, a presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, pretende visitar a zona de fronteira, um local desmilitarizado e que separa a Coreia do Sul da Coreia do Norte, nesta quinta-feira, 4, informou uma fonte do governo de Seul. A deputada está em solo sul-coreano desde a noite de quarta-feira, 3, e se encontrou com o presidente da Assembleia Nacional sul-coreana, Kim Jin-pyo, onde conversaram sobre os programas de armas nucleares da Coreia do Norte. Os dois “expressaram preocupação com as ameaças crescentes da Coreia do Norte”, segundo uma declaração conjunta. Só neste ano a Coreia do Norte executou um número recorde de testes armamentistas. Pelosi e o presidente do Parlamento sul-coreano defenderam uma “dissuasão forte e prolongada contra a Coreia do Norte”. Também expressaram apoio aos esforços de seus governos para obter a desnuclearização de Pyongyang. A representante americana também conversou por telefone com o presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol, que está de férias esta semana, segundo fontes do governo. Se a visita acontecer, Pelosi seria a principal autoridade dos Estados Unidos a passar pela localidade fronteiriça de Panmunjom desde Donald Trump em 2019. Entretanto, na ocasião, o ex-presidente dos Estados Unidos se reuniu na localidade com o líder norte-coreano Kim Jong Un. Como parte de sua viagem pela Ásia, Pelosi fez uma visita de menos de 24 horas a Taiwan, que a China considera parte de seu território. A viagem provocou a revolta de Pequim, que nesta quinta-feira iniciou os maiores exercícios militares ao redor da ilha em décadas. A Coreia do Norte, para quem a China é seu principal aliado e parceiro comercial na região, ecoou as críticas à visita de Pelosi a Taiwan, descrevendo-a como “interferência flagrante” nos assuntos internos da China. A Coreia do Sul é a quarta parada da turnê asiática de Pelosi, depois de Singapura, Malásia e Taiwan. Ela viaja para o Japão nesta quinta-feira para a etapa final de sua viagem.
*Com informações da AFP