O Rio Grande do Sul já registra ao menos 44 casos confirmados e 170 suspeitas de contágio pela monkeypox – a “varíola dos macacos” – em pouco mais de dois meses. De acordo com estatística atualizada nesta segunda-feira (15) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), os testes positivos estão distribuídos em 14 cidades gaúchas.
– Porto Alegre (16 casos) – observação: uma das ocorrências na capital gaúcha é de um gaúcho que mora no Exterior e estava em viagem à cidade quando se tornou o primeiro caso da doença no Estado, mediante confirmação no dia 13 de junho.
– Canoas (3 casos).
– Caxias do Sul (4 casos).
– Viamão (4 casos).
– Novo Hamburgo (3 casos).
– Garibaldi (3 casos).
– Igrejinha (3 casos).
– Uruguaiana (2 casos).
– Campo Bom (1 caso).
– Esteio (1 caso).
– Monte Belo do Sul (1 caso).
– Passo Fundo (1 caso).
– Santo Ângelo (1 caso).
– São Marcos (1 caso).
Transmissão comunitária
Na sexta-feira, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) confirmou que Porto Alegre já tem transmissão comunitária de “monkeypox”. A situação se configura quando não é possível rastrear a origem do contágio, indicando assim que o vírus circula independentemente de o infectado ter viajado para fora de sua cidade de residência.
O avanço da doença no Estado levou o governo gaúcho a emitir alerta epidemiológico no começo deste mês. No documento são reforçadas as medidas com aplicação necessária pelos serviços públicos ou particulares do setor, tanto em âmbito estadual quanto municipal.
Dentre as diretrizes está a necessidade de que os casos suspeitos da doença sejam comunicados de forma imediata pelos profissionais de saúde às prefeituras e à pasta estadual da setor, bem como a coleta de amostras para confirmação de diagnóstico em laboratório.
Também preconiza o isolamento social dos infectados (assim como já é realizado em casos de coronavírus), bem como a identificação e monitoramento de contatos próximos ao indivíduo com suspeita ou confirmação de contágio pela varíola dos macacos.
Sobre a doença
A varíola dos macacos é uma doença transmitida entre humanos, por meio de vírus. Ocorre principalmente por meio de contato pessoal com secreção respiratória, lesão de pele de pessoa infectada ou de objeto recentemente contaminado.
Os sintomas incluem erupções que geralmente se desenvolvem no rosto e depois se espalham por outras partes do corpo, gerando uma crosta. Quando esta desaparece, o indivíduo já não é mais vetor de transmissão – o período de incubação é de seis a 16 dias (prazo que pode chegar a 21 dias).
O diagnóstico é laboratorial, com teste molecular ou sequenciamento genético. O procedimento deve ser realizado em todos os pacientes com quadro compatível com a doença. As amostras são direcionadas a laboratórios de referência – no Rio Grande do Sul, recorre-se ao Instituto Adolf Lutz (São Paulo).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a varíola dos macacos pode ser classificada como autolimitante, ou seja: o paciente pode se curar após o período agudo da infecção. Já a gravidade varia conforme o indivíduo, sendo que na maioria dos casos não há risco de morte.
Mais informações e orientações sobre a doença, prevenção e notas técnicas direcionadas aos serviços de saúde estão disponíveis no site atencaobasica.saude.rs.gov.br.
(Marcello Campos)