Os laboratórios do CEVS (Centro Estadual de Vigilância em Saúde do RS) foram oficializados pelo Ministério da Saúde como um dos oito centros de referência do País aptos a realizar o diagnóstico da doença. Essa é a primeira vez que os laboratórios do Estado se tornam referência na detecção de uma doença infecciosa.
Os diagnósticos são conduzidos pelo CDCT (Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e pelo Lacen-RS (Laboratório Central de Saúde Pública do Estado), que integram a estrutura do CEVS.
A área de cobertura do CDCT/Lacen-RS será toda a Região Sul do Brasil. O centro de testagem deve receber as amostras de casos suspeitos dos Estados do Paraná e de Santa Catarina, além do próprio Rio Grande do Sul. Cerca de 180 amostras vindas de Santa Catarina já foram analisadas. A formalização do CDCT/Lacen-RS como laboratório de referência ocorreu por meio do Plano de Contingência Nacional para Monkeypox, lançado pelo Ministério da Saúde em 5 de agosto.
O coordenador da Vigilância Genômica no Rio Grande do Sul, Richard Salvato, explicou que, anteriormente, o Estado direcionava as suas amostras para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. Agora, o CDCT e o Lacen-RS conseguiram implementar os exames de forma mais autônoma, tornando-se também uma unidade de referência.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico da varíola dos macacos é realizado de forma laboratorial por PCR (teste molecular) ou sequenciamento genético. O PCR é considerado a técnica padrão-ouro para detecção do material genético do vírus em uma amostra. Já o sequenciamento genético é uma técnica mais complexa, associada à identificação de bases do DNA viral. Com o mapeamento genético, é possível comparar o genoma do vírus com outros disponíveis em bases de dados.
O RS já confirmou a transmissão comunitária da doença, que ocorre quando não é possível identificar a origem da infecção. Atualmente, o Estado tem quase 80 casos confirmados – a maioria em Porto Alegre – de varíola dos macacos e 333 em investigação.