O governo gaúcho assinou protocolo de intenções com a cooperativa agropecuária Cotrijal para instalação de uma indústria de etanol no município de Não-Me-Toque (Região Noroeste do Estado). Com base em dois anos de estudos técnicos e econômicos, a projeção é de capacidade para produzir 70 milhões de litros do biocombustível por ano. A inauguração é projetada para 2024.
Estão previstas ações articuladas que possibilitem um investimento de quase R$ 300 milhões por parte da empresa nos próximos dois anos. Dentre os termos da iniciativa está a obrigação da Cotrijal em criar ao menos 92 empregos diretos, com preferência para contratação de mão-de-obra local.
Já a Secretaria de Desenvolvimento Econômico se comprometeu a viabilizar a tramitação do projeto no Fundo Operação Empresa do Estado (Fundopem) e no Programa de Harmonização do Desenvolvimento Industrial do Rio Grande do Sul (Integrar-RS).
Também foram definidas ações no âmbito da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz). A lista inclui o diferimento do pagamento de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) devido em aquisições de máquinas, equipamentos, acessórios e ferramentas de fornecedores localizados em território gaúcho.
Geralmente associado à cana-de-açúcar, o etanol a ser produzido na usina da Cotrijal deve utilizar outras matérias-primas, como trigo e milho. Isso porque a cana não encontra condições favoráveis para plantio e cultivo no Rio Grande do Sul.
Com a palavra…
De acordo com o governador Ranolfo Vieira Júnior, a fábrica de etanol contribuirá para a ampliação da cadeia de bioenergia do Rio Grande do Sul, que hoje produz somente 1% do volume necessário para atender à demanda interna pelo biocombustível.
“Esse empreendimento, além de gerar emprego, renda e desenvolvimento na região, vai ajudar na diminuição da dependência do Rio Grande do Sul em relação ao produto de outros Estados [especialmente São Paulo e Mato Grosso do Sul]”, reiterou.
Já o presidente da Cotrijal, Nei Mânica, chamou a atenção para a possibilidade de aproveitamento das culturas de inverno na produção e o respectivo impacto junto aos produtores:
“A usina vai estimular o aumento da produção dessas culturas no Rio Grande do Sul, permitindo a geração de mais renda para o produtor, retorno em ICMS para o governo e aumento a produção desse insumo, tão importante à economia e ao meio ambiente”.
(Marcello Campos)