Preso há dez meses, um advogado de Canoas (Região Metropolitana de Porto Alegre) foi condenado a 51 anos de cadeia em regime fechado por estupro de vulnerável contra três meninas. As vítimas têm média etária de 9 anos e eram vizinhas dele em um condomínio residencial. Cabe recurso da sentença, definida pela 2ª Vara da Criminal de Canoas.
Os crimes eram cometidos em um quarto no segundo pavimento da casa do advogado, enquanto as outras vítimas (cujos pais mantinham relação de amizade com o agressor sexual, sem desconfiar da situação) brincavam no andar térreo com o filho dele, também criança e que não sofreu abusos. Além de serem despidas, elas tinham as partes íntimas tocadas.
A juíza Patrícia Tonet sublinhou, na decisão, que o réu apresenta “personalidade dissimulada e perversa, valendo-se do próprio filho como atrativo à residência, mediante diversos ‘modus operandi’, e abusou sistematicamente de crianças que ali estavam com a permissão e confiança dos pais”.
Ao todo, foram ouvidas 33 pessoas durante o processo, dentre testemunhas e informantes. Uma das garotas estupradas foi mantida em silêncio, durante longo período, mediante ameaças de que ela e seus pais sofreriam consequências se fosse revelada a situação, que perdurava desde 2017 (quando ela tinha 5 anos).
Pornografia infantil
No começo da investigação, a Polícia Civil descobriu que o advogado mantinha em seu computador vários arquivos de pornografia infantil. Ele também acessava informações na internet para buscar discas sobre como cometer os crimes sem deixar rastros.
Mas uma das meninas contou tudo a uma colega de aula e logo o relato chegou a uma psicopedagoga da escola, que procurou a família da aluna. O caso levou à descoberta dos outros dois casos e à prisão do investigado, que nega ter cometido os crimes.
(Marcello Campos)