A Fiergs (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul) afirmou que a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central de manter a taxa Selic em 13,75% ao ano, divulgada na quarta-feira (21), se explica pelo fato de o Brasil ter começado o aperto monetário muito antes dos demais países.
“O cenário mais favorável no médio prazo no âmbito doméstico, somado a um ambiente externo que sinaliza aumento generalizado nos juros e consequente redução da atividade econômica, o qual deve ajudar a descomprimir cadeias e preços de matérias-primas, forma o cenário base para o Copom anunciar o encerramento do ciclo de alta da Selic”, disse o presidente da federação gaúcha, Gilberto Porcello Petry.
Segundo ele, o Banco Central deve continuar com uma postura vigilante em relação às incertezas que rondam o cenário econômico, principalmente sobre a condução da política fiscal a partir de 2023, que poderá ser fonte de oscilações da taxa de câmbio e de juros.
Fecomércio-RS
O presidente da Fecomércio-RS (Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul), Luiz Carlos Bohn, também comentou a decisão do Copom.
“A decisão pela manutenção ocorre em um cenário em que a inflação vem cedendo e os indícios de uma recessão mundial ficam cada vez mais evidentes. Entretanto, os núcleos permanecem pressionados, com a atividade interna robusta e as expectativas de inflação para 2023 e 2024 ainda desancoradas. Nessa conjuntura, é esperado que a taxa de juros real permaneça no campo contracionista por um longo período, tornando a tomada de crédito e as dívidas indexadas à Selic mais caras, pressionando o orçamento de famílias e empresas”, destacou o empresário.