O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) denunciou 18 pessoas por lavagem de dinheiro no âmbito do tráfico de drogas na cidade gaúcha de Dom Pedrito (Região Sudoeste). A prática do crime financeiro foi identificada por investigação conjunta com a Polícia Civil entre agosto de 2018 e maio de 2019.
De acordo com a acusação, o esquema começou a ser destrinchado em 4 de junho de 2019, quando agentes da Polícia Civil e Brigada Militar (BM) cumpriram mandado de busca e apreensão em uma residência vinculada a um dos denunciados na cidade. A peça-chave foi um telefone celular recolhido no local.
“A partir da análise do conteúdo do aparelho, constatou-se movimentação de valores, em um montante aproximado de R$ 125 mil”, explica o promotor Diogo Taborda.
Além disso, diversas conversas confirmaram o envolvimento do dono do celular com atividades relacionadas ao tráfico. Seus comparsas incluíam um detento que já estava em penitenciária de Charqueadas (Região Carbonífera), além outras 16 pessoas utilizadas como “laranjas”.
“Os acusados ocultaram natureza e origem de bens e valores direta ou indiretamente provenientes de infração penal, recebendo, mantendo em depósito, movimentando e transferindo dinheiro proveniente do tráfico de entorpecentes, especialmente em contas bancárias”, ressalta Diogo Taborda.
Dentre os diversos beneficiários dos depósitos de dinheiro de origem ilícita estavam indivíduos investigados ou mesmo condenados por crimes, bem como mulheres que costumavam visitar presidiários.
Parte do grupo já foi condenada, em outro processo, por tráfico de drogas e associação ao tráfico. O promotor acrescenta:
“O Ministério Público buscou também responsabilizar outras pessoas envolvidas, indo além dos crimes anteriormente identificados, com o objetivo de combater o crime organizado sob o aspecto do proveito econômico que é obtido de condutas ilícitas”.
Acordo de cooperação técnica
Nesta semana, o Ministério Público gaúcho assinou termo de adesão ao acordo de cooperação técnica recentemente firmado entre o Ministério Público Federal (MPF), Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Dentre os objetivos está o intercâmbio de conhecimentos, informações e tecnologias, “por meio da adoção de mecanismos de compartilhamento. Abrange, ainda, a criação de banco de dados sobre torcedores impedidos de acessar estádios de futebol após cometerem delitos nesse tipo de ambiente.
Outro item contemplado é a troca de informações sobre inquéritos policiais e ações judiciais com registro no sistema do Poder Judiciário.
(Marcello Campos)