Em sua estreia solo na política, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (Republicanos-RS), surpreendeu. Com uma boa margem de votos,– 44,4% de votos e 95,1% das urnas apuradas, até as 20h30min–, ele venceu a disputa pelo Senado no Rio Grande do Sul, batendo dois adversários tradicionais – o ex-governador Olívio Dutra (PT) e a ex-senadora Ana Amélia (PSD).
A estratégia do general foi apostar no prestígio de Jair Bolsonaro (PL) no Estado e colar sua imagem ao presidente. Para conquistar os gaúchos, Mourão primeiro teve que mostrar a identificação com a terra natal. Ele nasceu em Porto Alegre e, durante a carreira militar, foi comandante da Região Sul, baseada na Capital.
Já no começo da campanha, o vice-presidente divulgou um vídeo em que o titular do Palácio do Planalto declara apoio. Bolsonaro e Mourão protagonizaram diversos embates públicos, o que prejudicou momentaneamente a relação entre eles durante o governo. Apesar das divergências, ambos pensam da mesma maneira sobre alguns temas polêmicos. Os dois são críticos do Supremo Tribunal Federal, fazem ressalvas à imprensa por denunciar planos conspiratórios e se colocaram como obstáculo ao avanço esquerdista. Mourão deve ser braço forte do bolsonarismo no Senado.
Currículo
Mourão, 69 anos, é natural de Porto Alegre. Graduado, mestre e doutor em ciências militares, atualmente é vice-presidente da República.
Mourão foi instrutor da Academia Militar das Agulhas Negras, assessor de estado-maior nas Regiões Sul, Centro-Oeste e Amazônica, e no Gabinete do Comandante do Exército, em Brasília. Desempenhou, ainda, o cargo de comandante do 27º Grupo de Artilharia de Campanha, em Ijuí, de 1988 a 2000.
Após deixar o serviço ativo, em fevereiro de 2018, o general assumiu a presidência do Clube Militar, no Rio de Janeiro, condição em que permaneceu até a candidatura ao cargo de vice-presidente nas Eleições 2018.