A EGR (Empresa Gaúcha de Rodovias) começou a implantação na ERS-040, em Viamão, dos passadores aéreos para facilitar a travessia segura de animais adaptados a viver em árvores e que utilizam preferencialmente as copas ao longo de suas vidas.
O objetivo da iniciativa é aumentar a segurança da rodovia para os usuários, além de reduzir o impacto ambiental ocasionado pelo atropelamento de fauna, especialmente do bugio-ruivo (Allouata guariba clamitans).
O animal, bastante encontrado no entorno da rodovia, está ameaçado de extinção e, dessa forma, é protegido por lei. No entanto, outras espécies que passam a maior parte do tempo ou todo ele em árvores, como ouriços (Coendou sp.), gambás (Didelphis sp.), roedores e marsupiais de pequeno porte também podem ser beneficiados.
Ao todo, 21 pontes de corda serão instaladas em seis zonas críticas da ERS-040. São áreas específicas para animais que se deslocam pelas copas das árvores, diminuindo o deslocamento necessário para que encontrem uma oportunidade segura de cruzamento entre os dois lados da rodovia.
Os pontos de implantação foram definidos a partir de estudos realizados por especialistas em fauna, que consideraram os registros de mortes de animais, o número de carcaças localizadas ao longo da rodovia pelas equipes de conservação e manutenção, o mapeamento da vegetação florestal e, por fim, a identificação da provável ocorrência do bugio-ruivo nos ambientes marginais da estrada. Usuários e moradores participaram do levantamento, respondendo às entrevistas realizadas nas áreas favoráveis à presença desses animais. Além disso, os locais foram previamente vistoriados em conjunto com a equipe responsável pela instalação das pontes.
De acordo com a equipe do Núcleo de Ecologia de Rodovias e Ferrovias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que atua em conjunto com a STE – Serviços Técnicos de Engenharia na execução do Programa de Proteção e Monitoramento de Fauna da EGR, há experiências de sucesso com a utilização do mesmo tipo de estrutura em outros locais do Estado, até mesmo em áreas mais urbanizadas, como é o caso das pontes de corda instaladas no bairro Lami, em Porto Alegre.
Como se trata de uma nova implantação, a utilização das estruturas pelos animais não é imediata, há uma fase de reconhecimento e adaptação pela fauna. Todo o processo continuará sendo acompanhado pela equipe especializada e servirá como base para a atualização dos dados e estudos.