Mais de 420 mil crianças entre 1 e 4 anos de idade foram vacinadas na campanha de vacinação contra a poliomelite no Rio Grande do Sul, encerrada no último sábado (22). A meta de cobertura de ao menos 95% do público foi alcançada em 321 cidades. Na média, o percentual no RS ficou em 76%.
População total estimada RS 1-4 anos: 553.814
Total vacinadas: 420.679 (75,9%)
Coberturas por idade
1 ano: 79,8%
2 anos: 71,3%
3 anos: 75,0%
4 anos: 78,1%
Oficialmente, os dados serão conhecidos na próxima semana, já que o sistema de registro do Ministério da Saúde estará aberto até o dia 31 deste mês para digitação das doses aplicadas durante a campanha.
Apesar do término da campanha, a vacinação contra a pólio segue disponível nas Unidades Básicas de Saúde. A diferença é que na campanha a vacinação é indiscriminada para todas crianças na faixa etária de 1 a 4 anos, enquanto na rotina ela ocorre em idades específicas, conforme esquema abaixo:
Idade – dose
2 meses – 1ª dose (injetável)
4 meses – 2ª dose (injetável)
6 meses – 3ª dose (injetável)
15 meses – 1º reforço (“gotinha”)
4 anos – 2º reforço (“gotinha”)
Risco da volta da doença
Conforme a especialista Adriana Zanon, do Núcleo de Imunizações do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, a importância de mantermos as coberturas vacinais adequadas (acima de 95%) contra a poliomielite é a busca de um território seguro para a não reintrodução do vírus.
Segundo ela, o Brasil registrou no final dos anos 80 o seu último caso de pólio e vem ao longo das décadas desempenhando um bom papel na busca de coberturas vacinais, mas, desde 2015, tem-se observado um decréscimo nas coberturas vacinais da pólio e outras vacinas também.
“Isso faz com que a gente tenha grupos de bolsões de suscetíveis, ou seja, se houver a reintrodução do vírus, nós teremos em função dessas baixas coberturas a possibilidade da circulação do vírus e do reaparecimento de casos”, afirma.
Ainda hoje há dois países no mundo com circulação do vírus: Afeganistão e o Paquistão. Neste ano, houve ainda um caso confirmado nos Estados Unidos.
Um estudo recente da Organização Pan-Americana da Saúde e do Ministério da Saúde apontou o Rio Grande do Sul como um local com risco de reintrodução do vírus. São 367 municípios, o que é em torno de 73% de todos as cidades gaúchas, consideradas como de grande risco de volta ter casos de pólio em função do não atingimento ao longo dos últimos anos de cobertura vacinal.