Por meio de procedimento conhecido como “sequenciamento genômico”, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) do Rio Grande do Sul detectou pela primeira vez a presença da variante “ômicron BQ.1” do coronavírus em território gaúcho. A amostra com resultado positivo foi obtida de indivíduo residente na Região Metropolitana de Porto Alegre e internado na capital para tratamento de síndrome respiratória aguda grave (SRAG).
A BQ.1 tem apresentado alta capacidade de transmissão, se comparada a outras sublinhagens que circulam no Brasil. Também tem sido relacionada a novas ondas de casos de covid em países da América do Norte e Europa.
Diante da detecção no Estado da nova variante BQ.1 e da possibilidade da sua disseminação no Rio Grande do Sul, gerando o aumento de novos casos da covid, a SES faz as seguintes recomendações:
– Atualização do status vacinal da população não imunizada ou com esquema incompleto para sua respectiva faixa etária.
– Intensificação da testagem, por meio do teste rápido de antígeno, dos casos suspeitos de covid.
– Uso da máscara para idosos e indivíduos com comorbidade ou baixa imunidade, em locais fechados, pouco ventilados ou de grande concentração de pessoas, por serem mais suscetíveis a casos graves de covid. A mesma orientação vale para quem apresenta sintomas respiratórios ou tem contato no mesmo domicílio com pessoas positivadas, mesmo que assintomáticas.
– Busca de assistência médica por indivíduos (principalmente os de maior vulnerabilidade) com sintomas compatíveis aos de síndrome gripal, a fim de obter confirmação diagnóstica e monitoramento de contágio.
– Afastamento, por período máximo de sete dias, dos infectados pelo coronavírus – retorno ao convívio somente se o teste der negativo em retestagem no quinto dia.
Considerações
Titular da SES, Arita Bergmann ressalta que a pandemia de coronavírus ainda não acabou: “A diminuição de casos graves e hospitalizações que observamos nos últimos meses é o reflexo direto da vacinação da maioria da população. Mas a redução do contingente com doses de reforço em dia pode levar ao aumento de casos graves. São mais de 3 milhões de pessoas com o reforço em atraso”.
O coordenador da Vigilância Genômica no Centro Estadual de Vigilância Sanitária (Cevs), Richard Steiner Salvato, acrescenta que a variante “BQ.1” tem apresentado capacidade de transmissão que preocupa as autoridades de saúde de diferentes países, estando relacionada ao aumento dos números de novos casos em diferentes regiões do planeta.
Ele reitera: “A principal preocupação é em relação àquela parcela da população que está em atraso ou não fez as doses de reforço da vacina contra covid-19, pois esses indivíduos estão mais suscetíveis a contrair a doença, mas também terem uma apresentação mais grave da doença quando não têm a imunização adequada”.
(Marcello Campos)