Vítima de complicações de um câncer de pulmão, o cantor, compositor e artista plástio gaúcho Bebeto Alves morreu na Santa Casa de Porto Alegre na madrugada desta segunda-feira (7), três dias após completar 68 anos. O velório será aberto ao público no Theatro São Pedro entre 9h e 15h desta quarta-feira, depois haverá cerimônia restrita no Crematório Metropolitano.
Ele morava em São Leopoldo e deixa a esposa Simone Schlindwein, fotógrafa. De seus relacionamentos anteriores, teve três filhas: Luna Alves e Mel Lisboa (atriz), da união com a astróloga Claudia Lisboa, e Kim Bins, cuja mãe é Cristina Bins Ely.
Bebeto vinha enfrentando outros problemas de saúde nos últimos anos. Em 2013 precisou se submeter a um transplante de fígado, devido à hepatite-C. Em junho deste ano, sofreu trombose e, dois meses depois, dois acidentes vasculares cerebrais (AVC).
Trajetória
Nascido em Uruguaiana (Fronteira-Oeste), Luís Alberto Nunes Alves liderou a banda porto-alegrense Utopia e depois participou do disco coletivo “Paralelo 30”, com Raul Ellwanger, Nelson Coelho de Castro, Cláudio Vera Cruz, Carlinhos Hartlieb (1947-1984) e Nando D’Ávila (1954-1999). Em seguida, desenvolveu uma consistente e bem sucedida carreira solo.
Do primeiro LP solo (1981) aos outros mais de 30 títulos lançados, consolidou-se como um dos expoentes da chamada “MPG” (Música Popular Gaúcha), com uma fusão de gêneros regionais como a milonga e o tango, a sonoridade urbana do rock, reggae e outros gêneros. Foi um artista inconfundível e também de grande popularidade.
Dentre os seus sucessos estão “Quando Eu Chegar” (1984) e “Pegadas” (1987), além de canções gravadas por colegas como Belchior, Ana Carolina e os seus conterrâneos, Kleiton e Kledir. Integrou, ainda, os projetos “Juntos” (com Nelson Coelho de Castro, Gelson Oliveira e Antonio “Totonho” Villeroy) e Los 3Plantados (com Jimi Joe e King Jim).
Outra faceta na trajetória de Bebeto foi a atuação como comunicador e gestor cultural. Apresentou programa na Rádio Atlântida FM no começo da década de 1990 e depois exerceu os cargos de presidente da Cooperativa Mista de Músicos de Porto Alegre (1988-1990), diretor do Instituto Estadual de Música (IEM) da Secretaria Estadual da Cultura (2000-2002), secretário municipal de Cultura e Turismo de Uruguaiana (2003-2004) e coordenador de música da Secretaria de Cultura de São Leopoldo (2009-2010).
Discografia
– 1981 – “Bebeto Alves”.
– 1983 – “Notícia Urgente”.
– 1985 – “Novo País”.
– 1987 – “Pegadas”.
– 1988 – “Danço Só”.
– 1991 – “Milonga de Paus”.
– 1993 – “Paisagem”.
– 1994 – “De Aço e Algodão”.
– 1995 – “Milongueando Uns Troços”.
– 1997 – “Mandando Lenha”.
– 1998 – “Juntos ao Vivo”.
– 1999 – “Milongamento”.
– 2000 – “Porto Alegre Canta Tangos”.
– 2000 – “Bebeto Alves y la milonga nova”.
– 2002 – “Juntos 2 – Povoado das águas”.
– 2004 – “Voltas”.
– 2004 – “Porto Reggae”.
– 2004 – “Mais Uma Canção”.
– 2006 – “Blackbagualnegovéio”.
– 2008 – “Devoragem”.
2010 – “Box Bebeto Alves 3D”.
2010 – “Cenas”.
2010 – “Bebeto Alves e Os Blackbagual”.
2010 – “O Maravilhoso Mundo Perdido”.
2014 – “Milonga Orientao”.
2018 – “Oh Blackbagual Canção Contaminada”.
2020 – “Oh BlackBagual Pela Última Vez”.
2021 – “Contraluz”.
2021 – “Rock”.
(Marcello Campos)