O Rio Grande do Sul entrou em estado de atenção contra a subvariante “ômicron BQ.1” do coronavírus, associada ao recente aumento de casos de covid nos Estados Unidos, Europa e China. A decisão foi tomada em reunião no Gabinete de Crise do governo gaúcho, que reforçará o acompanhamento do cenário e os pedidos para que a população reforce protocolos individuais como o uso da máscara.
A nova cepa já foi identificada no Rio Grande do Sul pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs). Uma de suas características é alta capacidade de transmissão, se comparada a outras sublinhagens que circulam no Brasil.
Vale lembrar que, nesta quinta-feira (10), 3 milhões de gaúchos estavam em atraso no recebimento da primeira injeção de reforço, também conhecida como “terceira dose”. A estatística é do painel de Acompanhamento Vacinal da Secretaria Estadual da Saúde (SES).
Por conta desse quadro, a titular da pasta, Arita Bergmann, reitera o apelo aos que ainda não colocaram em dia a sua situação vacinal: procurem um posto que ofereça o procedimento – que é seguro e eficaz, apesar das notícias falsas que insistem em dizer o contrário.
Arita acrescenta que o panorama relativo ao esquema completo (duas doses básicos mais o reforço inicial) é preocupante. Além disso, aproximadamente 2 milhões de pessoas residentes no Rio Grande do Sul não buscaram o segundo reforço. O público que menos se vacinou se situa em uma faixa etária de de 18 a 40 anos.
“Nosso Estado, que foi um exemplo nacional para a saúde ao ter mais de 90% das pessoas vacinadas com a primeira e segunda doses, precisa se mobilizar para que a população volte às unidades de saúde”, ressalta.
Ela também chama a atenção para o risco de aumento de casos relacionados à subvariante BQ1:
“Está acontecendo em outros países e no Brasil. É um cenário que muito mais próximo do que a gente imagina, se os gaúchos não se vacinarem. A diminuição de casos graves e hospitalizações nos últimos meses é reflexo direto da vacinação da maioria da população. Mas a queda no contingente com doses de reforço em dia pode levar ao aumento de casos graves.”.
Recomendações da SES
– Atualização do status vacinal da população não imunizada ou com esquema incompleto para sua respectiva faixa etária.
– Intensificação da testagem, por meio do teste rápido de antígeno, dos casos suspeitos de covid.
– Uso da máscara para idosos e indivíduos com comorbidade ou baixa imunidade, em locais fechados, pouco ventilados ou de grande concentração de pessoas, por serem mais suscetíveis a casos graves de covid. A mesma orientação vale para quem apresenta sintomas respiratórios ou tem contato no mesmo domicílio com pessoas positivadas, mesmo que assintomáticas.
– Busca de assistência médica por indivíduos (principalmente os de maior vulnerabilidade) com sintomas compatíveis aos de síndrome gripal, a fim de obter confirmação diagnóstica e monitoramento de contágio.
– Afastamento, por período máximo de sete dias, dos infectados pelo coronavírus – retorno ao convívio somente se o teste der negativo em retestagem no quinto dia.
Primeiro caso no RS
Por meio de procedimento conhecido como “sequenciamento genômico”, nesta semana a SES informou a primeira detecção da presença “ômicron BQ.1” em território gaúcho.
A amostra com resultado positivo foi obtida de indivíduo residente na Região Metropolitana e internado em Porto Alegre para tratamento de síndrome respiratória aguda grave (SRAG).
(Marcello Campos)