Presidente da Frente Parlamentar da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul que trata de assuntos relacionados à da vitivinicultura, Elton Weber (PSB) participará de audiências em Brasília, nesta terça (22) e quarta-feira, sobre a produção e venda de uva. No foco dos encontros está a discussão do preço mínimo da fruta para a safra 2022/2023.
O cálculo da comitiva é de que esse valor básico contemple ao menos a atual despesa de produção e proporcionando lucro ao agricultor. Para que isso ocorra, será necessário um reajuste dos atuais R$ 1,31 para R$ 1,61 pelo quilo da uva. “O preço deve ser justo”, ressalta Weber.
Quem define o valor é a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com posterior parecer a cargo do Ministério da Agricultura e aprovação pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). “A expectativa é que esse processo seja vencido e o novo preço mínimo publicado até dezembro”, estima o líder sindical Cedenir Postal, presidente da Comissão Interestadual da Uva.
As agendas foram marcadas pelo presidente da Frente Parlamentar da Agricultura Familiar, deputado Heitor Schuch (PSB), a pedido da Comissão Interestadual da Uva (CIU). Além de Schuch e Weber, participam Cedenir Postal e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Veranópolis (Serra Gaúcha), Ricardo Pagno.
Dados oficiais
Relatório divulgado no final de outubro detalhou números relativos à safra de uva para industrialização no Rio Grande do Sul em 2022. Houve queda de 7% em relação ao ano passado, com a produção de quase 684 mil toneladas de uvas viníferas, americanas e híbridas.
Os dados foram extraídos do Sistema de Declarações Vinícolas (Sisdevin) da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr).
Já a elaboração de vinhos aumentou 11,6% em relação a 2021, em uma alta puxada pelos vinhos de mesa, feitos a partir de uvas americanas ou híbridas (12,2%). Os vinhos finos (feitos a partir de uvas viníferas) registraram aumento de 9,3% na produção.
No grupo de espumantes, a elaboração total (que soma a produção de espumantes e da base para esse tipo de bebida) apresentou aumento de 4,7% em relação ao ano passado.
A produção de sucos de uva teve queda de 24,5% em comparação com a safra de 2021, com uma redução acentuada (52%) na produção de sucos integrais.
“O suco sofreu com a pandemia, porque o consumo de vinho aumentou, mas o de suco, não. Então os estoques estão altos”, explicou na ocasião o dirigente Everton Vilani, da Associação Brasileira das Indústrias de Suco de Uva (Asbrasuco).
(Marcello Campos)