Um seminário marcou nesta quarta-feira (30) o encerramento das atividades relativas ao processo de transição para o próximo governo gaúcho, que tomará posse em janeiro. Com a presença do mandatário Ranolfo Vieira Júnior e de seu sucessor Eduardo Leite, o evento no Instituto Caldeira, em Porto Alegre, teve por objetivo detalhar os trabalhos realizados ao longo de um mês desde o fim das eleições.
As equipes se reuniam diariamente no Centro Administrativo do Estado, com a missão de organizar a continuidade da gestão estadual e o plano para o período de 2023 a 2026, estruturado em colaboração com representantes de dez partidos : PSDB, MDB, PSD, Podemos, União Brasil, PSB, PDT, Solidariedade, Mais Brasil e Cidadania.
Participaram dessa tarefa o vice-governador eleito, Gabriel Souza, o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, o secretário de Planejamento, Governança e Gestão, Claudio Gastal, e o procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa.
No seminário desta quarta-feira, Ranolfo apresentou um panorama do Estado e ações da atual gestão. Dentre os destaques esteve o ajuste das contas por meio de reformas estruturais aliadas a uma política de responsabilidade fiscal e privatizações. “Foi um dos maiores desafios dos últimos anos”, definiu.
Ele também relembrou o cenário encontrado no início do governo de Eduardo Leite (que renunciou ao cargo em março passado), com salários do funcionalismo pagos com atrasos e parcelamentos:
“Hoje é um dia simbólico. Há exatos dois anos, o nosso governo voltava a pagar em dia os servidores do Executivo depois de 57 meses. E também no dia de hoje, pela primeira vez nos últimos tempos, estamos quitando o décimo-terceiro salário de forma antecipada”.
Ranolfo também chamou a atenção para o caráter inédito da transição para um mesmo projeto de governo no Estado. Isso por tratar-se da primeira vez que um mesmo governo gaúcho foi reeleito desde a redemocratização brasileira (no início da década de 1989):
“A transição foi republicana e tranquila, como deve ser. O processo, aliás, nasceu já no início do ano, para que o vitorioso na eleição, independentemente de quem fosse, pudesse receber esse mesmo tratamento que o governador eleito está recebendo por parte do governo”.
Diálogo com partidos
Eduardo Leite, por sua vez, ressaltou a importância do processo de transição: “Um transição serena, transparente e responsável é um direito da sociedade”. Ele também agradeceu a colaboração dos partidos nos workshops e destacou que as contribuições e o resultado do diálogo serão colocados em sintonia com o plano de gestão.
“Nossa missão é melhorar a vida das pessoas e para isso o diálogo e a aproximação são importantes. O governo precisa estar permeável às diversas posições. Não se trata de incoerência termos posições antagônicas dentro de um mesmo governo, se trata de buscar atender a pluralidade da nossa sociedade e respeitar os pensamentos divergentes. A partir dessa construção coletiva poderemos liderar o Rio Grande do Sul em direção ao futuro, com decisão e entrega de resultados”.
Ainda de acordo com Leite, se no primeiro mandato o objetivo foi o ajuste fiscal, agora o foco será melhorar a performance do governo. “A educação será a principal prioridade”, garantiu.
Eixos de governo
Os workshops realizados em novembro pelas esquipes de transição foram organizados pelo Escritório de Desenvolvimento de Projetos (EDP), também responsável pelo seminário de encerramento. Na pauta dos encontros estavam o cenário atual e os projetos para cinco eixos de governo:
– Social e Qualidade de Vida.
– Ambiental e Infraestrutura.
– Econômico.
– Fiscal e de Gestão.
– Educação e Primeira Infância.
Os partidos envolvidos na transição contribuíram com sugestões aos projetos, que foram objeto de diálogo e construção conjunta.
Coordenador político da transição, o vice-governador eleito Gabriel Souza agradeceu o esforço, compromisso e envolvimento dos participantes:
“Temos a responsabilidade de evoluir nos dados apresentados. A confiança dos gaúchos é inestimável e vamos devolver com muito trabalho”.
(Marcello Campos)