01/12/2022 às 18h10min - Atualizada em 02/12/2022 às 00h57min

Fecomércio-RS projeta cenário econômico para 2023 e anuncia mais de R$ 120 milhões em investimentos para Sesc e Senac

Um 2023 de avanços e boas notícias é o que vislumbrou o presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, Luiz Carlos Bohn, durante coletiva de imprensa nesta

Rádio Pampa
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Um 2023 de avanços e boas notícias é o que vislumbrou o presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, Luiz Carlos Bohn, durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (01). Depois de uma forte recessão econômica em função da pandemia, o ano de 2022 encerra com crescimento da atividade econômica e do emprego, marcando o início do controle da inflação. Segundo o presidente da Federação, esse foi um movimento da tão esperada “retomada econômica pós-pandemia”.

“Temos um cenário de melhora na economia, de atividade econômica crescente e inflação caindo. No entanto, teremos um ano de desafios, impostos tanto pelo cenário internacional, quanto pelas decisões de política econômica do novo Governo Federal, cujas sinalizações, confesso, nos causam alguma apreensão”, disse Bohn. O presidente ainda afirmou que a Fecomércio-RS seguirá trabalhando por uma agenda de progresso econômico, pautada pelas bandeiras de liberdade econômica, fortalecimento do setor privado e aumento da produtividade, além da redução da carga tributária e da responsabilidade com o dinheiro público.

2022 de entregas

Após o fechamento de boa parte das portas do setor de bens, serviços e turismo como uma das medidas para desacelerar a transmissão do coronavírus, o ano de 2022 foi bem diferente. Comércio aberto, eventos presenciais acontecendo novamente, novos postos de trabalho sendo gerados e importantes conquistas no Executivo e Legislativo fizeram parte do ano que finda no próximo dia 31. Em relação aos setores de comércio e serviços, a projeção econômica para 2023 é positiva, visando um crescimento acima das demais áreas da economia brasileira.

Em 2022, a Fecomércio-RS voltou a realizar 100% das suas atividades no formato presencial, com a retomada de dois importantes eventos: o Giro Pelo Rio Grande e os Encontros Regionais, com o objetivo de estar mais próxima da comunidade gaúcha. As pautas em prol do comércio local foram outro ponto forte da atuação da entidade. Reforma Tributária, atualizações do Simples Nacional, questões trabalhistas, além de todas as políticas públicas que impactam o setor, foram alguns exemplos de maior repercussão no âmbito nacional.

De acordo com a entidade, no estado também aconteceram importantes conquistas, como a liberação do Licenciamento de Bombeiros para atividades de baixo risco e a Substituição Tributária para o ICMS, com destaque para a aprovação do Regime Optativo na Assembleia Legislativa no primeiro semestre. “Não podemos deixar de mencionar nossa Agenda Institucional, que pautou nossa atuação durante as eleições estaduais com os candidatos ao governo e foi disseminada por todos os nossos sindicatos no contato com os candidatos à Assembleia Legislativa”, relembrou Bohn. Outra importante entrega foi a Representa +, plataforma digital colaborativa que permite a participação ativa dos empresários, que podem consultar, registrar a opinião e atribuir grau de prioridade para a atuação da Fecomércio-RS nos projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa.

Também foi neste ano que a Fecomércio-RS inaugurou a nova sede do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, intitulada a Casa do Comércio Gaúcho. O espaço, localizado no bairro Anchieta, em Porto Alegre, possui 37 mil metros quadrados e recebeu um investimento de R$ 223.135.729,00. Na sede, o Lab Fecomércio-RS abriu suas portas em maio; um hub de inovação da entidade que conta com infraestrutura de apoio à digitalização de micro e pequenos negócios com foco em soluções inovadoras para o comércio gaúcho. “Reunimos, em um mesmo espaço, startups e empresas de diferentes portes com o mesmo propósito: levar inovação ao comércio de bens, serviços e turismo do Rio Grande do Sul. Por aqui já passaram mais de 20 startups recebendo consultorias individuais dos nossos mentores”, comemorou o presidente.

Investimentos para 2023

Como uma instituição com quase oito décadas de atuação, o Sistema Fecomércio-RS pensa constantemente na atualização de suas entregas, espaços e serviços. Somente em 2022, foram mais de R$ 42 milhões investidos em obras e reformas para a modernização das unidades e escolas de Sesc e Senac por todo o Rio Grande do Sul. Para 2023, o presidente Luiz Carlos Bohn projeta mais de R$ 120 milhões aportados para melhorias nas Unidades Sesc e Senac RS.

Dentre as ações pensadas para o Senac, está o aumento gradativo de turmas e de vagas, principalmente no Ensino Médio, além de novos laboratórios modernos e adequados com as demandas do mercado de trabalho nas áreas de informática e enfermagem. O investimento também contempla a modernização do parque de máquinas das escolas do Senac em todo o estado.

Além disso, a Federação tem o projeto de implantação de um Complexo de Educação de Ensino Infantil e Fundamental Sesc e Ensino Médio Senac nas dependências do Sesc Protásio Alves. “Concedemos grande destaque a esse projeto, pois sabemos que a educação básica é um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento econômico e onde os investimentos apresentam grandes retornos sociais, ultrapassando os ganhos individuais e justificando nosso papel nessa área”, enfatizou Bohn.

Além deste projeto, para 2023 o Sesc investirá R$ 11 milhões a mais que em 2022 no aumento de vagas e em melhorias nas áreas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação a Distância para Jovens e Adultos (EAD EJA). “Esse investimento é o retorno do Sistema S para a comunidade gaúcha, que entrega serviços de excelência para o desenvolvimento da sociedade”, complementou Bohn.

Atividade econômica, emprego, equilíbrio fiscal e inflação

Na ocasião, o consultor econômico da Fecomércio-RS Marcelo Portugal, falou ainda sobre o cenário econômico, com foco em questões como atividade econômica, emprego, inflação e juros.

Segundo o consultor, o PIB brasileiro teve nove meses de crescimento acelerado, generalizado entre os setores da economia. Mesmo com a pandemia, ele prevê que o PIB deve crescer mais nos quatro anos de governo Bolsonaro do que nos dois anos de governo Temer e seis anos de governo Dilma. O crescimento esperado do PIB para 2022 é de cerca de 2,8%. “Este ano, no considerado pós-pandemia, o Brasil conseguiu recuperar o pico de PIB observado pela última vez em 2014”, salientou. A projeção do economista é que em 2023 o PIB brasileiro deve crescer 1,3%.

O desempenho do emprego foi surpreendente no ano de 2022, tendo o Brasil registrado a menor taxa de desemprego desde o final de 2015. O número de desocupados caiu de 15,189 milhões, no pior momento da crise, para 9,022 milhões em setembro de 2022, o que resultou em uma redução de 5,8 milhões de desempregados. “O país está gerando um grande número de postos de trabalho, mais de um emprego para cada unidade do PIB, atingindo 2,3 milhões nos últimos 12 meses até setembro”, afirmou Portugal.

Apesar da melhora no cenário do emprego, o nível de endividamento das famílias ainda é preocupante, mesmo com uma queda registrada nos últimos meses. Até setembro de 2022, a taxa era de 36,8% com contas em atraso no Rio Grande do Sul. Na avaliação do economista, pagar as contas em atraso tira recursos do consumo presente, mas habilita o crédito mais à frente. Ele lembra que, para aprovação de crédito na maioria dos serviços, é preciso ter o nome limpo.

Destacada como um fenômeno global pelo especialista, a inflação brasileira está abaixo da observada nos EUA e na Europa. No Brasil e nos EUA ela já mostra uma reversão na tendência de elevação, antecipada pela redução de tributos no caso brasileiro. Mas, na Europa, a inflação continua pressionando para cima, especialmente por conta das especificidades dos preços de energia. Na previsão para 2023, Portugal diz que a inflação deve ser resistente a cair na direção da meta de 3,25%. “O Brasil está melhor do que outros países, como Estados Unidos e alguns da Europa, algo que eu, como economista, não tinha visto até hoje”, ponderou. O mais provável, segundo ele, é que ela fique na casa dos 5%. O economista também lembrou que, com inflação acima da meta e desequilíbrio fiscal, o Brasil deve ter juros reais elevados por mais tempo.



Fonte: https://www.radiopampa.com.br/fecomercio-rs-projeta-cenario-economico-para-2023-e-anuncia-mais-de-r-120-milhoes-em-investimentos-para-sesc-e-senac/
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