O desembargador Leandro Paulsen, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4, sediado em Porto Alegre), obteve licença do cargo durante um período contínuo de dois anos. Até dezembro de 2024, ele cursará um segundo doutorado pela Universidade de Salamanca, na Espanha.
Nascido na capital gaúcha, o magistrado – que completará 53 anos de idade em abril – também é professor na Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Como autor, publicou 11 livros sobre especialidades tributária e penal, dentre outros temas.
Sua trajetória inclui os cargos de juiz federal no período de 1993 a 2003 e juiz auxiliar do Supremo Tribunal Federal (STF) de 2007 a 2011. O ingresso no TRF-4 se deu em 2013, por nomeação da então presidente Dilma Rousseff.
Em maio passado, seu nome ficou de fora da lista quádrupla de indicados para juiz do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Paulsen chegou a ser cotado para ministro do STF em 2014 (na vaga aberta pela saída de Joaquim Barbosa), mas Dilma acabou optando por Edson Fachin.
Julgamento de Lula
Um dos momentos de maior visibilidade na carreira de Leandro Paulsen foi como revisor de ações nos processos da Operação Lava-Jato. Como a força-tarefa era sediada em Curitiba (PR) e o TRF-4 abrange os três Estados da Região Sul, diversos processos eram remetidos à Corte federal em Porto Alegre.
Presidente da 8ª Turma do TRF-4 (também integrada pelos colegas Gebran Neto e Victor Laus), em janeiro de 2018 o desembargador não apenas manteve a condenação do então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, no âmbito da compra do triplex no Guarujá (SP): ele também aumentou a sentença definida por Sergio Moro, na época juiz da força-tarefa sediada em Curitiba (PR).
(Marcello Campos)