Com US$ 1,3 bilhão (quase R$ 6,8 bilhões) em novembro, as exportações do agronegócio gaúcho apresentaram redução de 11% no faturamento em relação ao mês anterior. O volume também caiu (-23%). A estatística consta em relatório divulgado nesta semana pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul).
Já na comparação com novembro de 2021, foi verificada uma alta financeira de 32% no setor. Esse desempenho positivo ocorreu após oito meses de vendas externas abaixo dos respectivos valores do ano passado.
No acumulado do ano, o setor contabiliza US$ 14,1 bilhões, aumento de 1% em relação ao exportado no mesmo período de 2021. No volume, o total comercializado foi de 19,4 milhões de toneladas, queda de 17% em relação ao último ano.
Em relação à soja em grãos, o relatório elaborado por técnicos da assessoria econômica da entidade aponta dois fatores como responsáveis pela queda nas exportações da oleaginosa.
O primeiro é a estiagem que o Estado enfrentou em 2022, ao passo que o segundo é a política de “covid- zero” na China, com restrições que resultaram em desaceleração da economia no gigante asiático, impactando assim as exportações do Rio Grande do Sul.
No mesmo documento é apontado como fator a ser levado em consideração uma falha na ferramenta de dados de comércio exterior ComexStat, do Ministério da Economia: a plataforma contém um filtro denominado “UF do Produto” e, como esta aparece sob status “Não Declarado”, resultando em exportações temporariamente sem indicação do Estado.
Continentes e países
Já as exportações para a Ásia totalizaram US$ 666 milhões (837 mil toneladas). A Europa, por sua vez, atingiu US$ 289 milhões, dos quais a maior parte (US$ 240 milhões) se referem à União Europeia.
Em seguida aparecem o Oriente Médio (US$ 95 milhões), América do Norte (US$ 66 milhões), América do Sul (US$ 66 milhões), África (US$ 79 milhões) e Oceania (US$ 14 milhões). A lista continental tem, por último, o grupo América Central e Caribe (US$ 21 milhões).
Se levados em conta os países de forma isolada, no topo do ranking de compradores do agronegócio gaúcho está a China (40%). Nas posições seguintes figuram a Bélgica (6%), Estados Unidos (4%), Índia (3,6%) e Emirados Árabes Unidos (3,1%).
Importações
Em relação as importações, o grupo “Adubos” (fertilizantes e ingredientes) passou de US$ 421 milhões em novembro de 2021 para US$ 240 milhões no mês passado. O volume de compras, por sua vez, passou de 899 mil para 404 mil toneladas.
De acordo com a Farsul, isso representa uma queda de 43% no valor e de 55% no volume importado do item. Já em relação a outubro deste ano, houve queda de 42% no valor e de 32% no volume.
(Marcello Campos)