O percentual de famílias endividadas no Rio Grande do Sul em novembro chegou a 91,8%, ficando estável em relação ao mês de outubro (91,9%), e em patamar bem acima dos 86,1% registrados em no mesmo mês do ano passado.
Os dados foram divulgados pela Fecomércio-RS divulga nesta segunda-feira (12), como parte da PEIC-RS (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores Gaúchos).
Entre os grupos de renda avaliados pela pesquisa, o percentual de endividados foi de 92,2% para o grupo com renda até dez salários mínimos (92,4% em outubro), sendo 89,7% para famílias com renda maior que dez salários mínimos (89,6% em outubro).
Apesar de patamares estáveis do total de endividados, a percepção quanto a estar “muito endividado” teve aumento na margem nos dois grupos. Enquanto para famílias com renda até dez salários mínimos o percentual passou de 20,5% para 22,9% (17,2% em nov/21), no caso das famílias que ganham mais de dez salários mínimos o percentual foi de 4,7% para 6,5% (10,9% em nov/21), patamar consideravelmente menor.
Também a parcela de renda comprometida teve novo aumento na margem para ambos os grupos, passando de 25,9% para 28,1% (20,9% em nov/21) em famílias com renda menor que dez salários mínimos e de 20,6% para 24,3% (17,4% em nov/21) no grupo de famílias com renda acima de dez salários mínimos.
Em relação ao indicador de famílias com contas em atraso, houve estabilidade na passagem do mês, registrando 36,7%, e as diferenças entre os grupos de renda ficam mais evidentes.
Enquanto para famílias com renda até dez salários mínimos o percentual ficou em 43,7% (43,6% em out/22 e 30,5% em nov/21), entre as famílias com renda maior que dez salários mínimos o indicador registrou 8,4% (9,4% em out/22 e 6,4% em nov/21).
O indicador de famílias que não terão condições de pagar nenhuma das contas no período de 30 dias, por sua vez, registrou novamente 2,3% (2,3% em out/22 e 2,7% em nov/21), mantendo-se em patamar historicamente baixo, com o indicador em 3,3% (3,3% em out/22 e 4,1% em nov/21) entre famílias com renda maior que dez salários mínimos e em 0,0% (0,0% em out/22 e 0,0% em nov/21) para famílias com renda maior que dez salários mínimos.
“A pesquisa mostra de forma muito clara que a maior dificuldade de manter as contas em dia está no grupo que contempla as famílias de renda menor. No entanto, também nesse grupo se percebe um esforço muito grande para não perder o controle das dívidas em aberto, o que tem se refletido em níveis baixos de famílias em situação de persistência da inadimplência, algo fundamental para que se mantenha o acesso ao crédito”, comentou Luiz Carlos Bohn, presidente da Fecomércio-RS.