Após encerrar o mandato de governador do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Júnior deve assumir a direção de Operações do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Ele aceitou o convite de Eduardo Leite, que tomará posse no comando do Palácio Piratini em 1º de janeiro e anunciou a novidade no fim da tarde desta terça-feira (20), em postagem nas redes sociais.
O plano é manter o futuro ex-governador no posto e depois indicá-lo à presidência da instituição de fomento em 2024, quando for a vez de o Rio Grande do Sul ocupar o comando, que é rotativo com outros três Estados – Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. Em mensagem postada no Twitter, Eduardo Leite comemorou o “sim” de seu aliado e correligionário de PSDB, emendando uma série de elogios:
“Ranolfo é servidor público qualificado e com visão abrangente, aperfeiçoada pela experiência singular como governador. (…) Um companheiro exemplar, parceiro de primeira hora nesta jornada de construção de um novo e promissor caminho para o Estado. Tê-lo no Banco será importante a partir de 2023, no momento em que iremos acelerar o desenvolvimento gaúcho. Sucesso, meu amigo!”.
A direção de Operações do BRDE foi exercida de dezembro de 2020 até o fim de outubro pela ex-secretária estadual gaúcha Leany Lemos (Planejamento, Orçamento e Gestão). Primeira mulher a comandar a instituição, ela deixou o cargo para atuar na Escola de Governo da Universidade de Oxford, mais antiga universidade pública da Inglaterra e na qual a gestora concluiu em 2011 um estágio de pós-doutorado em Ciência Política.
Ranolfo se manifesta
Em postagem no Twitter, o atual governador ressaltou o plano de contribuir com “uma visão próxima da realidade, conectada com as necessidades e os avanços do Estado”. Frisou, ainda, que na condição de ex-chefe do Executivo gaúcho depois de janeiro, continuará “colaborando com o projeto político e administrativo liderado pelo Eduardo”.
Advogado, professor e delegado de Polícia, ele acumulava as funções de vice-governador e secretário da Segurança Pública até assumir o governo do Estado, no final de março, devido à renúncia de Eduardo Leite (que pretendia concorrer à Presidência da República). Com o fim de seu “mandato-tampão” no Palácio Piratini, no fim do ano, o seu futuro era alvo de especulações.
Houve quem cogitasse o seu retorno à pasta, mas fontes ligadas ao Executivo avaliam que essa hipótese representaria uma espécie de “rebaixamento” de carreira, ao colocar um ex-governador recém saído do cargo para trabalhar como secretário estadual. Seria, inclusive, uma situação inédita no Rio Grande do Sul.
(Marcello Campos)