Após reunião de emergência com secretários estaduais e comandantes das forças policiais, o governador gaúcho Eduardo Leite informou que a Brigada Militar (BM) disponibilizará 73 policiais de sua tropa de choque para operações em Brasília. A segurança pública do Distrito Federal está sob intervenção do governo brasileiro após os ataques de bolsonaristas radicais a prédios dos Três Poderes neste domingo (9).
A medida foi acertada com Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil do presidente Luiz Inácio Lula da Sila, a fim de viabilizar o transporte dos agentes pela Força Aérea Brasileira. Outros Estados já estão adotando a mesma iniciativa para apertar o cerco a atos terroristas contra o sistema.
Leite se pronunciou por meio de transmissão ao vivo no canal do Palácio Piratini no site de vídeos youtube.com. Ele também detalhou as medidas tomadas para prevenir a repetição de atos desse tipo no Rio Grande do Sul e manifestou repúdio à baderna protagonizada pelos extremistas na capital federal:
“Esse é um dia que nos entristece e nos deixa absolutamente indignados pelos atos antidemocráticos e de caráter golpista na capital federal. São atos que atacam as instituições que representam a democracia brasileira e precisam ser repudiados”.
O político tucano reforçou que a BM continua monitorando as manifestações no Estado e está preparada para reprimir atos contra a ordem constitucional: “Temos as nossas forças de segurança de prontidão para agir de forma enérgica, firme e imediata diante de qualquer crime contra a democracia”.
Ao longo do dia, os pontos de maior atenção e concentração de manifestantes foram a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas (Região Metropolitana), e as proximidades da sede do Comando Militar do Sul (CMS), no Centro Histórico de Porto Alegre, ocupadas desde o início de novembro por bolsonaristas inconformados com o resultado da eleição presidencial legítima.
Direito à manifestação tem limites
Eduardo Leite também ressaltou que manifestações de descontentamento são legítimas em uma democracia, mas não podem, de qualquer maneira, atacar as instituições e a ordem constitucional:
“Temos lei e ordem que devem ser observadas, e o governo do Estado não vai se eximir da sua responsabilidade neste momento crítico e triste. Há um governo federal eleito pelo povo brasileiro e isso deve ser respeitado. As manifestações não podem descarrilar para atos antidemocráticos”.
Ele fez a ressalva, entretanto, que que qualquer tentativa de obstrução de vias ou bloqueios no sistema de abastecimento serão reprimidos de forma imediata pela Brigada Militar para garantir a livre circulação. Também lembrou que a Polícia Civil está encarregada do inquérito para investigar pessoas que atuam e financiam os atos antidemocráticos.
(Marcello Campos)