“Aproveito para reafirmar o compromisso da Polícia Federal com os interesses do Estado brasileiro. Nossa atuação será sempre pautada pelo estrito cumprimento da lei e pelos princípios do estado democrático de direito. Esse será um norte inafastável na gestão das investigações policiais, que serão coordenadas com base no trinômio qualidade da prova, autonomia investigativa e responsabilidade, e com absoluto rigor em relação a eventuais desvios ou personalismos”, disse Rodrigues durante a cerimônia em que assumiu oficialmente o cargo.
Após afirmar que a corporação tem, hoje, uma “oportunidade de olharmos criticamente para o passado, corrigirmos o prumo e passarmos a explorar outros rumos”, Rodrigues disse que pautará suas ações priorizando três aspectos: valorização dos servidores, aperfeiçoamento dos mecanismos institucionais de governança e transformação organizacional da PF.
“Considero de fundamental importância trazer nossos servidores para o centro das atenções, adotando medidas que abranjam os múltiplos aspectos de sua vida funcional. A começar pelo ingresso no órgão, com a reformulação dos cursos de formação profissional, numa Academia Nacional de Polícia que contemple uma formação humanística abrangente, para além da técnica”, destacou o diretor-geral, que é formado em Direito, possui mestrado na área de segurança pública e ingressou na PF em 2002.
Para Rodrigues, a “transformação organizacional” da PF, com o “aperfeiçoamento da estrutura” do órgão que, em 2024, completará 80 anos de existência, é necessária para fazer frente aos novos desafios. Daí a criação, por exemplo, das novas diretorias de Amazônia e Meio Ambiente e de Combate a Crimes Cibernéticos e Digitais.
“A disseminação criminosa da mentira no mundo digital nos é particularmente desafiadora, não só porque se insere na gama de atribuições legais da PF, mas porque, em acontecimentos recentes, demonstrou sua efetiva nocividade”, comentou Rodrigues, referindo-se ao ataque à sede da PF, em Brasília, no dia 12 de dezembro, data em que um grupo de pessoas que não reconhece a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas últimas eleições tomou as ruas da capital federal, bloqueando o trânsito, incendiando ao menos oito veículos, incluindo ônibus, e causando muitos estragos – em um prenúncio do que aconteceria no último domingo (8), quando vândalos e golpistas invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Vidas de colegas policiais foram colocadas em risco e a segurança física de nossas instalações foi comprometida. A violência virtual mostrou sua face real e materializou-se perigosamente diante de todos nós. As palavras de ódio se concretizaram em ações tangíveis que ameaçaram o edifício do estado democrático de direito. Felizmente, nossas instituições resistiram”, lembrou Rodrigues, garantindo que a PF atuará “nos estritos termos da lei, mas com muita firmeza” contra os que “praticaram crimes ou se omitiram quando deveriam agir”.
Prestigiada, a cerimônia de posse contou com a presença de vários ministros de Estado, entre eles, Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) e Marina Silva (Meio Ambiente), além do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que ao ter seu nome anunciado, foi bastante aplaudido pelos agentes federais e servidores de outros órgãos que lotavam o auditório da sede da PF.