Preso há uma semana sob suspeita de conivência com golpistas, o coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), tem alternado crises de choro e momentos de silêncio profundo.
O coronel, que era o responsável pelo comando da tropa no dia da invasão de extremistas, está detido desde o dia 10 no Regimento de Polícia Montada de Taguatinga por determinação do ministro Alexandre de Moares, do Supremo Tribunal Federal.
O advogado do ex-comandante-geral, Thiago Turbay, disse que ao longo da última semana, Vieira apresentou alterações no seu quadro de hipertensão e precisou ser atendido pela equipe médica do local em mais de uma ocasião. Remédios foram usados para controlar os picos de pressão provocados por crises de ansiedade frequentes.
Entre os nomes, há PMs da ativa e da reserva, além de integrantes das Forças Armadas e um bombeiro suspeito de financiar os ataques antidemocráticos
De acordo com pessoas que trabalham no regimento, Vieira tem se mostrado especialmente abalado após receber visitas de familiares e, em mais de uma ocasião, se negou a fazer refeições.
No pedido de liberdade feito pela defesa do policial, os advogados argumentam a “inexistência de omissão pessoal do coronel Fábio Augusto Vieira com relação à estruturação da segurança no dia 8, uma vez que o planejamento técnico da operação não estava dentro de suas atribuições, mas a cargo do Departamento de Operações”.
A petição formulada pelos advogado também afirma que o então comandante teria usado de todos os meios de que dispunha para evitar o resultado final das ações terroristas e finaliza com a alegação de que a decreto de intervenção federal na segurança pública do DF teria tirado dele qualquer capacidade de eventual destruição de provas, o que colocaria por terra um suposto risco em sua soltura. Os advogados reclamam do fato de não terem tido acesso à integra do processo.