Divulgado nesta semana pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), o Relatório de Comércio Exterior do Agronegócio gaúcho aponta que o setor atingiu US$ 15,6 bilhões em exportações em 2022. O desempenho representa uma expansão de 3% em relação ao ano anterior. Já em volume houve queda de 16%, com as vendas externas que totalizaram 21,5 milhões de toneladas.
Em dezembro passado, o agronegócio foi responsável por US$ $ 1,37 bilhão do US$ 1,9 bilhão exportados pelo Estado, o equivalente a 72%. A participação em volume, por sua vez, foi de 90%. No que se refere ao montante financeiro, o resultado do último mês do ano superou em 14% o registrado em igual período de 2021.
A assessoria econômica da entidade destaca que a queda nas exportações de soja em grãos se deve às perdas na produção, em um cenário de efeitos da falta de chuvas, indicando que nesse tipo de situação o mercado interno é privilegiado – a redução se dá no mercado externo.
A carne bovina obteve vendas expressivas. Houve queda nos preços do mercado interno pelo aumento das escalas. A produção de frango também teve desempenho excelente, gerando boa expetativa mercadológica para o próximo ciclo em razão da gripe aviária em outros países. Já a carne suína teve sua crie refletida no mercado externo.
O bom desempenho das exportações do arroz garantiu preços acima dos custos de produção, levando a um patamar acima do início do ano. A novidade em 2022 foi o trigo, que chegou próximo a US$ bilhão em vendas externas, quase o dobro do arroz, mais tradicional e estabelecido. O resultado, avalia o relatório, indica haver potencial para o cereal:
“Destacamos o nosso programa voltado para esse setor, o “Duas Safras”, que vem estimulando a produção de trigo no Rio Grande do Sul. Sempre defendemos que há um grande mercado externo para o cereal gaúcho e tais resultados são a prova”.
Importações
Nas importações, o grupo “Adubos” (fertilizantes) e seus ingredientes passou de US$ 301 milhões em dezembro de 2021 para US$ 90 milhões no mesmo mês do ano passado. Em volume, a retração foi de 528 mil para 181 mil toneladas. A queda é de 70% no valor e de 6% no volume – na comparação com novembro, as reduções foram de 62% e 5%, respectivamente.
As exportações para a Ásia (sem Oriente Médio) totalizaram US$ 668 milhões e 872 mil toneladas. A Europa respondeu por US$ 289 milhões, sendo US$ 203 milhões para a União Europeia. Em seguida aparecem Oriente Médio (US$ 186 milhões), América do Norte (US$ 93 milhões), América do Sul (US$ 85 milhões), África (US$ 100 milhões), Oceania (US$ 3 milhões), América central e caribe (US$ 30 milhões).
Quanto aos países, a China ficou no topo do ranking, com US$ 403 milhões – participação de 29% no valor. Na vice-liderança figuram Estados Unidos (5,6%), Índia (5,3%), Arábia Saudita (5,3%( e Indonésia (4,6%).
(Marcello Campos)