O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nessa quarta-feira (18) “mais severidade” nas investigações dos ataques golpistas ocorridos em Brasília, inclusive sobre a possibilidade de participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Para Lula, o silêncio de Bolsonaro – antes, durante e depois dos atos de vandalismo – gera a “impressão” de que o ex-presidente “sabia de tudo o que estava acontecendo”.
O petista deu a declaração em entrevista a Natuza Nery, da GloboNews.
“Acho que a decisão dele de ficar quieto depois de perder as eleições, semanas e semanas sem falar nada; a decisão dele de tomar a decisão de não passar a faixa para mim, de ir embora para Miami como se estivesse fugindo com medo de alguma coisa; e o silêncio dele mesmo depois do acontecimento daqui, me dava a impressão que ele sabia de tudo o que estava acontecendo, que ele tinha muito a ver com aquilo que estava acontecendo”, afirmou.
“Possivelmente, esse Bolsonaro estivesse esperando voltar para o Brasil na glória de um golpe”, acrescentou.
O petista disse ainda esperar que, além de Bolsonaro, “todas as pessoas sejam investigadas” e que o respeito ao princípio da presunção de inocência seja preservado durante as apurações.
“Quem vai provar isso [participação de Jair Bolsonaro] são as investigações”, declarou. “Se o [Jair] Bolsonaro tiver participação direta [nos atos], ele tem que ser punido”, acrescentou.
Na avaliação de Lula, ainda que não seja possível afirmar que Jair Bolsonaro será “carta fora do baralho” político na disputa presidencial em 2026, é preciso articular – no Brasil e com lideranças internacionais – o combate a discursos de ódio e aumentar o convencimento de que o “regime democrático é melhor”.