A casa do governador afastado do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha (MDB), foi alvo de busca e apreensão nessa sexta-feira (20), no âmbito das investigações sobre possível conduta omissa de autoridades durante a invasão das sedes dos três poderes. A mansão foi declarada por Rocha no valor R$ 24,1 milhões, segundo informações da justiça eleitoral.
A residência fica no Lago Sul, região nobre de Brasília. O governador afastado finalizou o processo de aquisição do imóvel em 2019, logo após a sua primeira eleição vencida. Na época, o então presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis, Geraldo Nascimento, indicou que esta teria sido a casa mais cara já vendida no DF.
Não é primeira vez que a mansão é um lar de políticos. Ibaneis Rocha comprou o imóvel da família do ex-deputado federal Heráclito Fortes (DEM-PI), que já foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Piauí a ressarcir os cofres do município de Teresina por gastos indevidos com publicidade, quando foi prefeito na capital do Estado.
O governador afastado era o mais rico dentre os candidatos nas eleições de 2022, com declararam total de patrimônio em R$ 79,8 milhões. O valor declarado nas eleições de 2018 foi de R$ 94,1.
Ibaneis Rocha, reeleito em primeiro turno em 2022, atuava na advocacia antes da candidatura em 2018. Ele é sócio – atualmente licenciado – em um escritório que leva seu nome – o Ibaneis Advocacia e Consultoria, estabelecido em 1994.
Operação
Foram apreendidos dois computadores e documentos do governador afastado. O celular de Ibaneis, entretanto, não pôde ser confiscado, já que o mesmo não estava no Distrito Federal no momento do cumprimento do mandado de busca e apreensão. A informação foi confirmada pela defesa do governador afastado, que não informou onde ele se encontra.
Além da casa dele, mandados de busca e apreensão foram cumpridos no antigo do escritório de advocacia de Ibaneis e na sede do Palácio Buriti, sede do governo do DF. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), também houve mandados contra o ex-secretário interino de Segurança Pública do DF, Fernando de Souza Oliveira.
As medidas foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes a partir de pedidos da Procuradoria-Geral da República (PGR). O objetivo é buscar provas para instruir o inquérito instaurado para apurar condutas de autoridades públicas que teriam se omitido na obrigação de impedir os atos terroristas do último dia 8. As medidas cautelares foram requeridas pelo coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos.