O governo gaúcho aderiu à Campanha Nacional de Prevenção à Hanseníase. Em apoio à iniciativa, o Palácio Piratini ganhou nova iluminação desde sexta-feira (20). Até o dia 31 deste mês, luzes roxas serão acesas todas as noites na fachada do prédio, reforçando a importância do combate à doença.
Organizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, a campanha também é chamada de Janeiro Roxo. No último domingo deste mês, será celebrado o Dia Mundial de Combate e Prevenção da Hanseníase.
Entre os objetivos do Janeiro Roxo, estão alertar sobre a importância do diagnóstico e do tratamento precoces, informar sobre as opções terapêuticas disponíveis na rede pública e combater o preconceito em relação às pessoas acometidas pela doença.
No passado, a hanseníase era chamada de lepra, e seus portadores sofriam preconceito e segregação. Ainda hoje, profissionais da saúde lutam para minimizar a discriminação e o estigma criado em torno desse problema.
O Rio Grande do Sul apresenta pouca incidência da doença. De acordo com dados epidemiológicos da Secretaria da Saúde, o Estado tem a ocorrência mais baixa do Brasil (0,83, o que corresponde a 94 casos novos em 2021). Porém, há um alto índice de pacientes com incapacidades instaladas devido ao diagnóstico tardio. No total, 23% dos casos apresentam as sequelas mais graves da doença, que poderiam ter sido evitadas com o diagnóstico precoce.
“A doença tem cura e todo o tratamento é disponibilizado gratuitamente pelo SUS. Porém, trata-se de uma doença preocupante, que pode gerar problemas sérios. Por isso, é tão importante o diagnóstico precoce”, ressaltou a responsável pelo Programa Estadual de Controle de Hanseníase, Márcia Lira.
Sobre a doença
A hanseníase é uma doença crônica, transmissível, de notificação compulsória e investigação obrigatória em todo o território nacional. O problema pode acometer pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade.
O agente causador da doença é a bactéria Mycobacterium leprae. Entretanto, é necessário um longo período de exposição à bactéria para levar ao adoecimento. Cerca de 90% das pessoas já nascem com um grau de proteção contra a doença, e a transmissão acontece entre pessoas de contato íntimo e prolongado.
Manchas avermelhadas na pele, alteração de sensibilidade e perda de força nos braços são sinais de alerta. O diagnóstico é feito com exame físico, teste de sensibilidade (térmico, doloroso e tátil) e exames laboratoriais específicos.