Enviados pelo governo gaúcho para reforçar o policiamento em Brasília após os ataques extremistas de 8 de janeiro às sedes dos Três Poderes, 73 membros da Tropa de Choque da Brigada Militar (BM) completam neste sábado (21) o seu décimo-primeiro dia de missão. Eles atuam em meio à intervenção na segurança pública do Distrito Federal (DF), contribuindo para manter a ordem, proteger as instituições e o patrimônio público contra novos ataques.
O grupo do Rio Grande do Sul é formado por integrantes de unidades localizadas em Porto Alegre, Passo Fundo (Região Norte do Estado) e Uruguaiana (Fronteira-Oeste). Chefiada pelo major Marcelo Paese e com a presença de três mulheres, a tropa embarcou em 10 de janeiro em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para se unir à Força Nacional em um trabalho com duração prevista de três semanas (até 31 de janeiro, prazo para o fim da intervenção federal).
Trata-se de uma equipe especializada, com conhecimentos técnicos e táticos diferenciados e treinamento específico para controle de distúrbios civis e outras operações especiais. Na capital do País, todos estão alojados no Batalhão Escola de Pronto Emprego (Bepe), base localizada em Gama, uma das cidades-satélites de Brasília, da qual está distante 35 quilômetros.
A intervenção no Distrito Federal foi decretada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva horas depois dos incidentes. No mesmo dia, o governador Eduardo Leite anunciou a disposição de enviar o suporte a Brasília, efetivada mediante plano de permanência que pode ser prorrogado se houver necessidade.
Ao todo, são 600 policiais destacados de 16 Estados para prestar apoio ao Ministério da Justiça e Segurança Pública após a série de atos antidemocráticos contra os prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal.
Logística operacional
Os brigadianos trabalham em escalas de 12 horas, intensificando o monitoramento da Praça dos Três Poderes e da Esplanada dos Ministérios. Um detalhamento é fornecido pelo major Paese:
“Nossa atuação é dentro de viaturas, como tropa de choque, e também no radiopatrulhamento, junto a esses dois complexos. A situação é tranquila no momento. Não tivemos manifestações e aglomerações desde o ocorrido do dia 8, mas a Força Nacional tem mantido o terreno ocupado pelos policiais 24 horas por dia”.
Além da vigilância diária, o grupo recebe instruções de padronização e nivelamento de conhecimento por parte da Força Nacional. A preparação inclui instruções de tiro, abordagem policial, confrontos e atendimento pré-hospitalar tático. O contingente gaúcho também vem buscando uma integração com as polícias de outros Estados, para aprofundamento de conhecimentos específicos da atividade e troca de experiências, ambos essenciais para aprimorar o trabalho da corporação.
(Marcello Campos)