O Banco Safra e o Santander entraram com ações na Justiça contra a Americanas, depois de a empresa pedir recuperação judicial a semana passada, com dívidas de R$ 43 bilhões que envolvem credores financeiros, trabalhistas e fornecedores. O pedido veio dias depois do anúncio de um rombo bilionário não previsto em seu balanço financeiro.
Segundo o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o Banco Safra pediu um efeito suspensivo contra a decisão de recuperação judicial solicitada pela Americanas e acatada pela Justiça.
Já o Santander entrou com uma ação contra a companhia no Tribunal de Justiça de São Paulo, mas não deu detalhes sobre o processo por estar em segredo de Justiça.
Assim como Bradesco, Itaú, BTG Pactual, Banco do Brasil e outras instituições financeiras, os dois bancos estão expostos ao risco de calote por parte da Americanas. Esse cenário é pano de fundo de brigas recentes entre empresa e seus credores.
O BTG puxou essa fila por estar entre os mais atingidos pelos respingos da companhia. No último dia 18, o banco conseguiu reverter parte dos efeitos da decisão tomada pela Justiça do Rio que era favorável à varejista e determinava a devolução de R$ 1,2 bilhão pago à instituição financeira.
Depois, o Bradesco anunciou que pediu que a Justiça do Rio de Janeiro só permita que a Americanas retire recursos do banco com aval prévio.
Segundo a varejista, a “atitude unilateral dos bancos credores contra o caixa da companhia prejudica sua viabilidade. Somente o Banco Bradesco reteve mais de R$ 450 milhões do caixa, agindo em desconformidade com a decisão da tutela antecipada”.
A companhia disse ainda, em nota, que “segue na busca por uma solução de curto prazo com os seus credores, para manter seu compromisso como geradora de milhares de empregos diretos e indiretos, amplo impacto social, fonte produtora e de estímulo à atividade econômica, além de ser uma relevante pagadora de tributos. A Americanas espera que os credores também se comprometam na busca de soluções”.