O governo federal planeja transferir a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), atualmente sob a alçada do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), para a alçada da Casa Civil, comandada por Rui Costa. A mudança seria capitaneada pelo próprio ministro, a pedido do presidente Lula.
A mudança faz parte de um projeto mais amplo de desmilitarização da Abin. O plano de diminuir a influência militar nas áreas ligadas à presidência vem desde a transição, mas tornou-se urgente depois de 8 de janeiro – depois dos acontecimentos daquele domingo, Lula tem sido aconselhado a colocar a Abin longe do alcance dos militares.
A Abin sempre foi visada por Jair Bolsonaro (PL), que costumava dizer que queria ter um sistema de inteligência próprio. A avaliação no governo Lula é que, com Alexandre Ramagem – nomeado por Bolsonaro –, a Abin se transformou em uma espécie de agência particular para espionar e proteger parentes e amigos do ex-presidente, como no caso de Jair Renan. Ramagem esteve à frente da Abin entre novembro de 2019 e março de 2022.
A mudança deve ser feita por meio de medida provisória que ainda está em fase de discussão na Casa Civil.
Outra cobrança feita por petistas no entorno de Lula é uma transformação no próprio GSI. Mas, por ora, o presidente aguarda que as mudanças sejam tocadas pelo general Gonçalves Dias, que chefia o órgão e é nome de confiança do petista.