O general de Brigada Marcius Cardoso Netto foi nomeado para exercer o cargo de secretário de Segurança e Coordenação Presidencial do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República. O decreto com a nomeação está publicado em edição extra do Diário Oficial da União que circulou na última segunda-feira (23).
Também foi nomeado o general de Divisão Ricardo José Nigri para exercer o cargo de secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Nigri assume o lugar do general de Divisão Carlos Penteado, que está sendo exonerado do cargo e passando à situação de adido ao Gabinete do Comandante do Exército. A troca já tinha sido antecipada pelo Estadão.
O general de Divisão Carlos Feitosa, que ocupava o cargo de secretário de Segurança e Coordenação Presidencial do GSI, foi exonerado do posto e nomeado para exercer o cargo de Chefe da Assessoria de Planejamento e Gestão do Departamento-Geral de Pessoal.
De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, o presidente Lula pediu uma reformulação profunda no modelo de funcionamento do GSI, único ministério comandado por um militar no Palácio do Planalto. O gabinete passou a ser o departamento mais questionado no primeiro escalão do governo, após o fracasso na proteção da Presidência durante os atos extremistas do dia 8, em Brasília (DF).
Abin
Segundo informações do blog de Andreia Sadi, o governo federal vai transferir a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), hoje sob a alçada do GSI, para a alçada da Casa Civil, comandada por Rui Costa. A mudança seria capitaneada pelo próprio ministro, a pedido do presidente Lula.
A mudança faz parte de um projeto mais amplo de desmilitarização da Abin. O plano de diminuir a influência militar nas áreas ligadas à presidência vem desde a transição, mas tornou-se urgente depois de 8 de janeiro.
A Abin sempre foi visada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que costumava dizer que queria ter um sistema de inteligência próprio. A avaliação no governo Lula é que, com Alexandre Ramagem – nomeado por Bolsonaro –, a Abin se transformou em uma espécie de agência particular para espionar e proteger parentes e amigos do ex-presidente, como no caso de Jair Renan. Ramagem esteve à frente da Abin entre novembro de 2019 e março de 2022.
Ainda conforma o blog, a mudança deve ser feita por meio de medida provisória que ainda está em fase de discussão na Casa Civil.