03/02/2023 às 22h52min - Atualizada em 04/02/2023 às 12h52min

A estratégia do presidente do partido de Bolsonaro no depoimento à Polícia Federal

A estratégia do presidente do partido de Bolsonaro no depoimento à Polícia Federal - Jornal O Sul

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Convocado a prestar depoimento na Polícia Federal nessa semana, o presidente de honra do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto definiu durante a semana qual seria sua estratégia: repetir exatamente o que disse ao jornal O Globo na semana passada — e só.

O presidente do PL de Jair Bolsonaro decidiu que não daria nomes nem detalhes sobre o tal plano golpista que “tinha na casa de todo mundo”, segundo ele.

A oitiva durou cerca de duas horas e foi feita por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Valdemar disse aos investigadores que a afirmação, dada em entrevista ao jornal O Globo para relativizar o peso da minuta golpista apreendida na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, não passou de uma “metáfora” e “força de expressão”.

O cacique do PL respondeu à PF que recebeu duas ou três propostas semelhantes, sem identificação de autoria – em um dos casos, ele foi abordado por uma mulher que se dizia advogada, no aeroporto. Segundo Valdemar Costa Neto, quando via que se tratava de propostas como acionar o Artigo 142 da Constituição, cujo conteúdo é distorcido por bolsonaristas para “legitimar” uma intervenção militar, “jogava fora” os documentos, os “triturava” ou “moía”. Ele explicou que, caso ficasse com esses materiais, “alguém poderia dizer que estaria a favor do golpe’”, e não os mantinha em casa “para que ninguém (incluside de sua família) pensasse que estava tramando alguma coisa”.

Algumas dos documentos, segundo Valdemar, “visivelmente não tinham sentido nenhum”, “foram elaborados por pessoas sem experiência” e “a maioria era feita por gente que não tinha conhecimento do assunto”.

O ex-deputado afirmou também que sua declaração não se destinou a “defender ninguém” e que não conhece o conteúdo da minuta encontrada na casa de Torres, preso em Brasília sob suspeita de conivência e omissão nos atos golpistas de 8 de janeiro. O cacique do PL afirmou não ter relação com o ex-ministro. Ele disse ter acreditado que “várias pessoas” tinham documentos do tipo porque ele próprio havia recebido esses materiais algumas vezes, mas negou que tenha tratado com alguém sobre o assunto.

Valdemar Costa Neto também respondeu que não alertou nenhuma autoridade sobre os documentos, nem Jair Bolsonaro, e não tratou sobre as minutas dentro do PL. Ele reafirmou que “não eram documentos sérios” e “pareciam mal elaborados”.

Após o depoimento, o partido informou que Costa Neto prestou esclarecimentos à Polícia Federal e à Procuradoria-Geral da República e “se colocou à disposição para prestar as informações necessárias nas investigações conduzidas nesse momento”.



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