03/02/2023 às 22h37min - Atualizada em 04/02/2023 às 12h52min

Policial legislativo, advogada e empresário: veja quem são os alvos da nova operação da Polícia Federal

Policial legislativo, advogada e empresário: veja quem são os alvos da nova operação da Polícia Federal - Jornal O Sul

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A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (3) a quarta fase da Operação Lesa Pátria para aprofundar a investigação sobre mais suspeitos de participação nos atos violentos do dia 8 de janeiro contra as sedes dos Três Poderes. Dentre os alvos da operação está um policial legislativo do Senado que é suspeito de ter auxiliado os terroristas na invasão ao Legislativo, além de ter desobedecido ordens dos seus superiores.

O policial, Alexandre Hilgemberg, foi identificado pela própria investigação da Polícia Legislativa. De acordo com investigadores, a apuração detectou que ele orientou os terroristas a respeito dos caminhos dentro do Senado e não atuou para impedir a invasão. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou seu afastamento do cargo, além do cumprimento de busca e apreensão, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Também é alvo de buscas uma advogada que é suspeita de ter recolhido celulares dos participantes dos atos do 8 de janeiro para apagar provas, o que pode caracterizar crime de obstrução de Justiça.

Mário Furacão

A PF prendeu ainda um empresário de Rio Verde (GO), que chegou a presidir a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) da cidade, que gravou um vídeo dentro do Palácio do Planalto durante as invasões do 8 de janeiro, estimulando os atos antidemocráticos. Lucimário Benedito Camargo, conhecido como Mário Furacão, é um dos três alvos de mandado de prisão da operação desta sexta-feira.

Dois dias após os atos, CDL de Rio Verde emitiu uma nota informando que o empresário havia deixado a presidência da organização. Durante as manifestações, o bolsonarista gravou vídeos no interior do Palácio do Planalto. A assessoria da CDL informou à época que a presença de Mário Furacão em Brasília não tinha relação com a instituição.

“Brasileiro só subindo a rampa, entrando cada vez mais e os soldados tacando bomba no povo, covardes. O poder emana do povo, o povo não vai sair, o povo não vai deixar ladrão governar o país, narcotraficante e muito menos comunista”, afirma em vídeo.

Atualmente, o empresário é sócio da unidade de Rio Verde da Escola de Pais do Brasil — uma organização que tem como objetivo ajudar pais a melhorarem suas funções educativas, tais como boas práticas e princípios psicopedagógicos. A entidade sem fins lucrativos promove círculos de debates, seminários e palestras sobre o assunto.

Ex-candidato

O segundo preso foi detido em Porto Velho, capital de Rondônia. William Ferreira, conhecido como “homem do tempo”, é um policial militar aposentado que fez transmissões ao vivo em sua página do Facebook no momento em que invadia o prédio do STF e do Congresso Nacional. Enquanto estava na corporação, Ferreira foi sargento.

Nas eleições do ano passado, ele se candidatou como deputado estadual, mas não foi eleito.

Nas redes sociais, Ferreira fez vídeo dele mesmo no interior dos prédios. Nas imagens, o policial aposentado mostra os vidros do STF quebrados e documentos jurídicos destruídos.

Apesar das gravações, ele nega ter participado da invasão.

“Estou a passeio em família sem financiamento de ninguém como mencionado, no momento da manifestação eu estava em um clube particular, e era possível escutar barulhos, por este motivo compareci no local, isso e possível verificar pela imagem do Facebook, que nenhum momento participei da deterioração de algo, estava divulgando toda situação presenciada naquele instante, nunca me omitir a nada. Vi muitas montagens referente a minha pessoa, inclusive o que dizem ser amigos na primeira oportunidade me ofender sem informações correta ou pelo menos se informar antes de falar asneiras, não trabalho em conjunto, sempre fui sozinho e com meu próprio recuso. Não compactuo com depredações iniciadas ontem no movimento dos Patriotas, fico a disposição para esclarecimentos”, informou à época.



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