A ministra do Planejamento, Simone Tebet, enfatizou neste sábado (04) que o governo deve focar em gastos prioritários para cumprir a missão de incluir o pobre no orçamento, “já que o cobertor é curto”.
“Precisamos gastar bem com o recurso que temos. O cobertor é curto, não temos como atender todas as demandas. Precisamos atender prioridades e colocar o pobre no orçamento”, afirmou Tebet em evento do grupo Lide em Portugal.
A ministra mencionou que pensou duas vezes antes de aceitar a proposta de assumir a pasta do Planejamento, por causa de divergências políticas e econômicas com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas enfatizou que a frente democrática se fortaleceu e disse que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se revelou um parceiro.
“Para minha surpresa encontrei na figura de Haddad um grande parceiro”, afirmou Tebet, acrescentando que um dos grandes desafios da economia está no alto patamar da taxa de juros. “O Brasil não vai voltar a crescer com juros de 13,75% e só temos juros altos porque não fizemos a lição de casa no último governo”.
A ministra citou a necessidade de avançar com reformas, sobretudo a tributária, para que o risco fiscal diminua e os juros caiam. Tebet também afirmou que deve pensar em metas factíveis à frente do Planejamento, incluindo cortes de despesa, para reduzir o déficit e propiciar um ambiente mais favorável para a taxa básica de juros.
“Todos nós sabemos da gravidade do momento. E não haverá 2026 se não fizermos a lição de casa em 2023”. Em resposta ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandovski, que perguntou o que ela pretende fazer para incluir os pobres no orçamento, Tebet disse que o Brasil está comprometido em criar um bom ambiente de negócios.
“Vamos fazer a reforma tributária e o novo arcabouço fiscal que está sendo desenhado. E com isso vamos sinalizar que há um ambiente seguro para os investimentos”.